O governo de Israel informou nesta segunda-feira (30) que a DJ germano-israelense Shani Louk, 23, está morta. Anteriormente, a família havia recebido indicações de que ela estava viva, mas a análise de um fragmento de crânio encontrado indica que o osso é de Shani.
“Estamos devastados”, publicou a conta oficial do Ministério das Relações Exteriores de Israel no X, o ex-Twitter. “Shani, que foi raptada num festival de música e torturada em Gaza por terroristas do Hamas, viveu horrores insondáveis.”
A mãe da artista disse mais cedo ter sido informada sobre a morte de Shani. A DJ foi sequestrada em uma festa rave próxima à Faixa de Gaza no último dia 7, quando o grupo terrorista invadiu território israelense e promoveu assassinatos e sequestros de civis e militares. Foi na festa de música eletrônica que o Exército de Israel diz ter encontrado 260 corpos e de onde muitos israelenses e cidadãos de outras nacionalidades foram sequestrados.
Um vídeo que circulou nas redes sociais após o ataque mostrou a artista aparentemente inconsciente e seminua na parte de trás de uma caminhonete. Nas imagens, ela é agredida por homens que, acredita-se, fazem parte do Hamas. Um dos agressores puxa seu cabelo, e o outro, que parece ser um adolescente, cospe em sua cabeça. Eles gritam “Allahu Akbar” (Alá é grande, em árabe). A gravação provocou revolta em todo o mundo.
Na ocasião, a mãe da DJ, Ricarda Louk, reconheceu a filha ao ver o vídeo e afirmou que havia conversado com ela na manhã do sábado em que ocorreram os atentados do Hamas —naquele momento, não havia qualquer informação de que Shani estaria viva.
Indícios de que Shani estava viva, porém, emergiram dias depois, segundo Ricarda. “Agora temos evidências de que Shani está viva, mas tem um grave ferimento na cabeça e está em estado crítico. Cada minuto importa”, afirmou ela, de acordo com o jornal alemão Bild.
A confirmação da morte da germano-israelense, contudo, ocorreu por meio da identificação de um osso da base do crânio encontrado pela Zaka, organização religiosa judaica voluntária cujo trabalho é resgatar restos mortais de vítimas.
Análise genética do fragmento achado indicou que se trata de um osso sem o qual não seria possível sobreviver. A determinação da morte foi feita pelo Instituto Nacional de Medicina Forense de Israel.
Declarações e publicações da familiares de Shani sugerem que a DJ foi morta ainda na festa rave.
“Estou feliz. Primeiro, porque essa coisa acabou, porque sabemos exatamente o que aconteceu”, disse o pai da DJ, Nissim, ao Canal 13 de Israel. “Ela não está deitada em algum túnel sob Gaza, onde a cada minuto estamos disparando contra eles e toda a terra está tremendo e há poeira e é impossível respirar.”
“Nós sabemos que ela está morta, sabemos que ela não sofreu. Também sabemos que um minuto antes dos assassinos chegarem ela estava dançando, ela estava feliz, ela rezou, ela ficou louca com todos os amigos ao redor dela, e se divertiu”, acrescentou o pai.
“Por um lado, sinto tristeza, porque não há chance de eles a devolverem; por outro lado, temos pelo menos clareza sobre o que aconteceu com ela, e isso nos dá uma espécie de encerramento”, disse a mãe, Ricarda, à rádio Kan News.
De acordo com ela, a família passa agora pelo período tradicional de luto judaico de uma semana, mas um funeral seria impossível porque apenas algumas partes do corpo de Louk foram recuperadas.