Neste 16 de outubro, as Nações Unidas marcam o Dia Mundial da Alimentação mobilizando vários setores em celebrações que acontecem sob o lema “Direito aos alimentos para um futuro e uma vida melhores”.
A mensagem do secretário-geral, António Guterres, lembra que o mundo tem 2,8 bilhões de pessoas que não podem pagar por uma dieta saudável. O total inclui pessoas acima do peso, à medida que as taxas globais de obesidade disparam.
Ineficiências e desigualdades
Para o líder das Nações Unidas, a boa notícia é que um mundo sem fome é possível. Ele aponta a Cúpula dos Sistemas Alimentares de 2021 como um evento que colocou o mundo no rumo certo para enfrentar as ineficiências e desigualdades incorporadas nos sistemas alimentares.
Guterres diz que é preciso uma enorme transformação nesses sistemas estimulada por contribuições de empresas, acadêmicos, instituições de pesquisa e sociedade civil, para se tornarem mais eficientes, inclusivos, resilientes e sustentáveis.
Do Brasil, o representante do Programa Mundial de Alimentos, PMA, Daniel Balaban, disse que ainda nesta década a humanidade pode estar livre da fome e da extrema pobreza.
“Nós conseguimos fazer nanotecnologia. Nós falamos com qualquer parte do planeta. Nós fazemos viagens lunares. Nós fazemos todo o tipo de avanço tecnológico. Inteligência artificial, por que é que nós não conseguimos acabar com a fome e a pobreza? É porque ainda não houve uma vontade política de acabar com esses males. Então, agora eu sinto que este é o momento. Este é o timing perfeito para que todos os países possam se unir e ajudar aqueles países que precisam de políticas públicas e precisam de apoio ao desenvolvimento.”
Produção e venda de alimentos saudáveis
As Nações Unidas sugerem que nessa realidade caberia aos governos trabalhar com todos os parceiros para incentivar a produção e a venda de alimentos saudáveis e nutritivos a preços acessíveis.
Fatores como a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição continuam a aumentar com a subalimentação atingindo cerca de 733 milhões de pessoas.
Em parceria com o PMA, as ações globais marcando a data envolvem a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, FAO, e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, Fida.
Consumo de alimentos contendo bactérias
Para a ONU, a alimentação é um direito humano juridicamente vinculante no direito internacional e está plasmado no artigo 11 do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966, ratificado por 171 países.
Pelo menos 45 já reconheceram o direito a uma alimentação adequada em suas constituições.
A data ressalta efeitos de desafios como a contaminação. Devido ao problema adoecem 600 milhões de pessoas por ano e outras 420 mil perdem a vida após o consumo de alimentos contendo bactérias, vírus, parasitas, toxinas e produtos químicos.
Entre as questões preocupantes estão a pouca diversidade, a perda e o desperdício alimentar que em escala global envolvem 13% dos alimentos. O custo da proporção perdida atinge US$ 400 bilhões desde a colheita até a venda no varejo.