Dia em Memória do Holocausto em SP condena antissemitismo e atentado do Hamas – 28/01/2024 – Mundo – EERBONUS
TESTE DO NOVO ANUNCIO

Dia em Memória do Holocausto em SP condena antissemitismo e atentado do Hamas – 28/01/2024 – Mundo

O crescimento do antissemitismo e os ataques do Hamas contra Israel foram condenados pelos líderes da comunidade judaica brasileira, neste domingo (28), em evento do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

O ato foi organizado pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e pela Congregação Israelita Paulista (CIP).

Neste ano, a cerimônia também homenageou as vítimas do atentado praticado pela facção terrorista Hamas em 7 de outubro do ano passado —sete velas, em vez de seis como é a tradição, foram acesas.

Estiveram presentes várias autoridades diplomáticas e políticas, como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), além de secretários e deputados. Tarcísio e Nunes classificaram o Hamas como terroristas, e o governador afirmou que vai garantir a segurança da comunidade judaica em São Paulo.

O presidente da Conib, Claudio Lottenberg, comparou o antissemitismo ao negacionismo e chamou o petista José Genoino de antissemita.

No último dia 20, Genoino participou de um programa no YouTube do site de esquerda Diário do Centro do Mundo. Nele, defendeu o boicote a empresas de judeus pelo Brasil quando questionado sobre o apoio dado no início do ano pelo presidente Lula (PT) à denúncia apresentada pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça por suposto genocídio de Israel na guerra contra o Hamas.

Lottenberg afirmou ainda que “o antissemitismo cresce a galope”, pediu a libertação dos reféns do Hamas e fez críticas à diplomacia e ao governo brasileiro.

“O Holocausto nos atingiu fortemente e não precisamos receber lições de moral para distinguir entre terroristas e cidadãos e muito menos de mancomunados democratas sentados na cadeira de couro de Haia liderados pela África do Sul”, disse Lottenberg.

“Esperamos que o governo brasileiro […] se posicione de forma clara a favor da democracia e da verdade. As alianças oportunistas com ditaduras, a omissão ou convivência e conivência com movimentos terroristas são uma afronta à tradição brasileira de respeito às diferenças. Não podemos nos calar diante do oportunismo eleitoral e da ignorância causada pela radicalização política. O que ocorre no Oriente Médio nada tem a ver com a esquerda ou com a direita”, completou.

Em entrevista à imprensa após o evento, Lottenberg afirmou que mandou convites para Lula e para o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, mas eles não responderam nem enviaram representantes, algo que classificou como “ruim”.

O presidente da Conib disse estar “frustrado” com a posição do Brasil, mencionando especialmente o apoio brasileiro à denúncia da África do Sul em Haia.

“Entendo eu que o Brasil deveria, talvez, se posicionar de uma forma diferente. Até por uma questão de coerência. […] O Brasil sempre teve uma posição bastante equilibrada, tentando criar, inclusive, espaços para poder conciliar. Dessa vez, não é o que está acontecendo”.

Ele voltou a mencionar a declaração de Genoino, ressaltando que o petista chegou a ser defendido por ministros de Lula no sábado (27).

“Não é só o governo que fica praticamente passivo e, no fundo, até apoiando, e a gente viu isso na questão da África do Sul, mas a gente vê manifestações antissemitas. É frustrante ver líderes da envergadura daqueles que ocupam hoje o Poder Executivo, e eles não se sensibilizarem”, completou.

Rafael Erdreich, cônsul de Israel em São Paulo, afirmou que o ataque do Hamas foi “o mais sangrento pogrom desde a Segunda Guerra” e que o grupo terrorista tinha a intenção de aniquilar o povo judeu, assim como os nazistas.

O presidente da Fisesp, Marcos Knobel, afirmou que “se pudessem, os terroristas do Hamas teriam acabado com o Estado de Israel e a população judaica mundial”.

“Onde está a tradição equilibrada da diplomacia brasileira? Onde está a palavra de conforto e apoio do governo federal para nossa comunidade?”, questionou.

Onze sobreviventes do Holocausto participaram da cerimônia, entre eles a polonesa Sarah Lewin, 98, que se apresentou no piano. Mulheres da comunidade usaram um vestido que trazia o nome dos 136 reféns israelenses que ainda estão em poder do Hamas.

Ainda no evento, a Conib lançou uma plataforma online de monitoramento para combater o antissemitismo e o discurso de ódio contra judeus.

Estabelecido pela ONU em 2005, o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto ocorre em 27 de janeiro, data na qual, em 1945, foram libertados os prisioneiros de Auschwitz, maior campo de extermínio nazista.

FONTE

Deixe um comentário