No Dia de Ação pela Eliminação do Câncer Cervical, neste 17 de novembro, o chefe da Organização Mundial da Saúde, OMS, aponta que progressos significativos foram vistos nos últimos três anos.
No entanto, Tedros Ghebreyesus alerta que “as mulheres em países mais pobres e aquelas marginalizadas em nações ricas ainda sofrem desproporcionalmente” com a doença.
Vacinação
Para o diretor-geral da OMS, com estratégias aprimoradas para aumentar o acesso à vacinação, triagem e tratamento, forte comprometimento político e financeiro dos países e maior apoio dos parceiros, seria possível eliminar o câncer cervical.
Nesta sexta-feira, líderes mundiais, sobreviventes de câncer cervical, defensores, parceiros e sociedade civil se reúnem para marcar a terceira vez que a data é celebrada.
A iniciativa, que marcou a primeira vez em que os Estados-membros adotaram uma resolução para eliminar uma doença não transmissível, continuou a ganhar impulso, e a comemoração deste ano deve promover o comprometimento renovado nesse tema.
Duas meninas sentam juntas após receberem suas vacinas contra o HPV em sua escola primária em Masaka, Ruanda. Elas estão se juntando a uma população crescente de jovens em Ruanda que podem esperar por um futuro livre de câncer cervical.
Avanços
A OMS levantou os principais avanços em alguns países, com destaca para a Austrália, que deve ser um dos primeiros países do mundo a eliminar o câncer cervical, algo que o país espera alcançar nos próximos 10 anos.
Já a República Democrática do Congo participará do dia de ação pela primeira vez com uma marcha em Kinshasa pedindo a eliminação do câncer cervical, organizada pelo Ministério da Saúde e associações de mulheres.
Na Noruega, pesquisadores recentemente relataram não encontrar casos de câncer cervical causados pelo papilomavírus humano em mulheres de 25 anos, primeiro grupo a receber a vacina na infância pelo programa nacional de vacinação.
A Indonésia anunciou esta semana uma declaração comprometendo-se a alcançar as metas para a eliminação do câncer cervical por meio do plano nacional de eliminação do câncer cervical até 2030.
O Japão está iluminando o país para marcar o dia e homenagear dois anos da reintrodução da vacina HPV no país.
No Reino Unido, o Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra prometeu esta semana eliminar o câncer cervical até 2040.
Avanços na vacinação contra o HPV
Desde o lançamento da Estratégia Global para acelerar a eliminação do câncer cervical como problema de saúde pública há três anos, mais 30 países, incluindo países com grandes populações e carga de câncer cervical como Bangladesh, Indonésia e Nigéria, introduziram a vacina HPV.
Até hoje, 140 países introduziram a vacina nos programas nacionais de imunização.
A cobertura global de vacinação contra o vírus em meninas que receberam pelo menos uma dose da vacina HPV aumentou para 21% em 2022, superando os níveis pré-pandêmicos pela primeira vez.
Se esse ritmo de progresso for mantido, o mundo estará no caminho certo para alcançar a meta de 2030 de disponibilizar vacinas contra o HPV para todas as meninas em todos os lugares.
Triagem e tratamento
Os países investiram para melhorar o acesso à triagem em todo o mundo. Este ano, , Ministérios da Saúde em 14 países de baixa e média renda alcançaram um marco de triagem de mais de um milhão de mulheres.
Na maioria dos países, as pacientes diagnosticadas com câncer cervical ainda precisam de melhor acesso à cirurgia, radioterapia, quimioterapia e cuidados paliativos.
Apenas 65% dos países incluem serviços de triagem para câncer cervical e 69% incluem radioterapia para tratamento de câncer cervical nos pacotes de benefícios à saúde como parte dos esquemas de cobertura universal de saúde.