Para celebrar o Dia da África, neste 25 de maio, representantes internacionais colocam em foco a interseção entre os direitos, o potencial e as capacidades da região para promover avanços.
A mensagem do secretário-geral da ONU, António Guterres, ressalta “um continente dinâmico e diversificado” num mundo marcado por mais contribuições dos africanos.
Liderança no domínio das energias renováveis
O líder das Nações Unidas destaca ainda a crescente população jovem africana, a riqueza de recursos naturais, a beleza e a diversidade cultural que conferem uma grande potencialidade ao continente.
A região que adotou a Zona de Comércio Livre Continental Africana e a Agenda 2063 da União Africana tem aumentado a relevância e a liderança no domínio das energias renováveis, destaca o secretário-geral.
Guterres vê um futuro promissor para a população de 1,2 mil milhões de pessoas como fruto da colaboração para enfrentar desafios como efeitos das alterações do clima, conflitos, mudanças inconstitucionais, fome, pobreza, desigualdade e dívida.
Lideranças africanas
A subsecretária-geral e conselheira especial da ONU para África falou recentemente sobre o potencial da região. Cristina Duarte ressaltou que o respeito às instituições pode impulsionar progressos.
“A África é um continente rico em recursos energéticos, mas tem basicamente 600 mil pessoas sem acesso à eletricidade. Como é possível neste 21º século? O que é que está a faltar? O que é que nós não fomos capazes de acionar nas nossas independências. Eu acredito que as lideranças africanas têm que, na minha opinião, que entender a importância crítica das instituições e dos sistemas nos seus países, através dos quais podem exercer controle sobre os seus recursos”.
Em direção ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a ONU sugere a reforma da arquitetura financeira internacional para que os países em desenvolvimento tenham acesso a recursos necessários para investir nos povos.
Guterres aponta áreas específicas na África, incluindo o reforço dos sistemas de educação.
Terrorismo e extremismo violento
Em 2024, o tema da União Africana é “Educar um africano ajustado ao século 21: Construir sistemas educativos resilientes para aumentar o acesso à aprendizagem inclusiva, ao longo da vida, de qualidade e relevante em África.”
Para o secretário-geral, a parceria com África deve favorecer economias ecológicas com base em energias renováveis e proteger os direitos humanos, combater o terrorismo, o extremismo violento e silenciar as armas.
Guterres defende que a região africana tenha “um lugar em todos os fóruns multilaterais”, incluindo o Conselho de Segurança das Nações Unidas, o sistema financeiro internacional e outras estruturas globais de decisão.
A expectativa do chefe da ONU é que a realização da Cúpula do Futuro agendada para setembro, em Nova Iorque, envolva os líderes africanos no momento para criar uma dinâmica e definir medidas em favor do progresso regional.