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Desbloqueio do X no Brasil: como a rede volta ao ar, quanto tempo leva e mais perguntas e respostas

Ministro Alexandre de Moraes, do STF, deu 24 horas para acesso à rede social ser retomado no Brasil, a partir desta terça (8). Retorno não é automático e depende das operadoras de internet. Página inicial do X, antigo Twitter
AP Photo/Rick Rycroft
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou nesta terça-feira (8) que o X volte a funcionar no Brasil após 39 dias de bloqueio.
A decisão foi tomada depois que a empresa comunicou ao STF o cumprimento de obrigações, entre elas o pagamento de todas as suas multas pela demora em atender a decisões judiciais.
No começo da noite, alguns usuários relataram que voltaram a ter acesso à rede social, mas a retomada não é automática: ela depende das operadoras de internet.
Saiba mais abaixo.
Como o X voltará ao ar?
Em geral, o primeiro passo para o desbloqueio de uma rede social no Brasil é o Judiciário ordenar que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) repasse o ofício com a ordem para as operadoras de internet ligadas ao órgão. Isso foi feito por Moraes na tarde desta segunda.
Na prática, cabe às operadoras liberar o acesso à rede social.
Quanto tempo levará para o X voltar ao ar?
Moraes deu 24 horas para que a Anatel cumpra a ordem. “Determino à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) que adote as providências necessárias para efetivação da medida, comunicando-se esta Suprema Corte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas”.
Isso porque o processo para restabelecer uma rede social não é automático e pode levar algumas horas. Por exemplo, o bloqueio do X foi efetivado cerca de oito horas após a ordem de Moraes, em agosto.
Essa demora acontece porque existem mais de 20 mil provedores no Brasil, segundo o Ministério das Comunicações. O g1 entrou em contato com a Anatel e a Conexis, associação que reúne os principais provedores e aguarda retorno.
Usuários do Bluesky e Threads festejam (e lamentam) ordem de desbloqueio
Cada operadora realiza seus próprios procedimentos técnicos para atender à medida, o que pode levar algum tempo, segundo o diretor de tecnologia da empresa de telecomunicações Sage Networks, Thiago Ayub.
Entre as operadoras que precisam atender à ordem está a Starlink, do mesmo proprietário do X, Elon Musk.
Ministro Alexandre de Moraes manda debloquear rede social X
O bloqueio do X no Brasil
Moraes ordenou o bloqueio do X em 30 de agosto após a empresa não obedecer a uma ordem do ministro de instituir um representante legal no país. A rede social começou a sair do ar no início do dia 31 de agosto.
CRONOLOGIA: o que aconteceu da suspensão à autorização para o X voltar
A ordem aconteceu pelos seguintes motivos, segundo Moraes:
a rede social não tinha mais representante no Brasil desde que decidiu fechar seu escritório no país, alegando discordar das ordens de Moraes;
o X não obedeceu às determinações judiciais de derrubar perfis que, de acordo com o ministro, infringiram a lei ao disseminar informações falsas e ataques contra as instituições democráticas;
o X também acumulava R$ 28,6 milhões em multas pelo descumprimento dessas determinações.
A decisão de Moraes foi confirmada pela Primeira Turma do STF, por unanimidade, em 2 de setembro.
Em outra decisão de Moraes, as contas do X e da empresa Starlink, que é provedora de internet via satélite, foram bloqueadas. Isso porque o ministro considerou que a empresa fazia parte de um “grupo econômico de fato” sob comando de Elon Musk. A medida visava garantir o pagamento das multas.
No último dia 4 de outubro, o X disse que concluiu o pagamento de todas as multas devidas pela empresa e protocolou um pedido ao STF para a liberação da rede social no país. De acordo com a empresa, foram quitados cerca de R$ 28,6 milhões que estavam em débito.
A plataforma também informou ao Supremo que utilizaria recursos próprios para o pagamento, não envolvendo valores da Starlink. As contas bancárias tanto do X quanto da Starlink já haviam sido desbloqueadas por Moraes para que a plataforma quitasse as dívidas.
Além do pagamento das multas, o X também disse ter cumprido as outras duas exigências para voltar a funcionar no Brasil: a indicação de um representante legal no Brasil e o bloqueio dos perfis de nove investigados no STF.
O ministro pediu ainda que a Procuradoria Geral da República (PGR) se manifestasse sobre o desbloqueio, o que aconteceu no início da tarde desta terça.
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