Com o objetivo de reduzir o sofrimento e as mortes causadas pela dengue e outros arbovírus, a Organização Mundial da Saúde, OMS, lançou nesta terça-feira um Plano Estratégico Global de Preparação, Prontidão e Resposta.
Os casos de dengue aumentaram em todas as seis regiões da OMS, com cerca de quatro bilhões de pessoas em risco a nível mundial.
Aumento de casos e expansão geográfica
O número de casos aumentou cerca de duas vezes a cada ano desde 2021, com mais de 12,3 milhões de casos no final de agosto deste ano e cerca de 6 mil mortes. A doença agora é endêmica em mais de 130 países.
O chefe do Programa Global de Controle de Doenças Tropicais Negligenciadas da OMS, Raman Velayudhan, explicou que fatores como a urbanização não planejada e más práticas de água, saneamento e higiene, alterações climáticas e viagens internacionais estão favorecendo a rápida propagação geográfica da dengue.
Tendências semelhantes também foram observadas para outras doenças arbovirais, como zika, chikungunya e, mais recentemente, a doença do vírus oropouche, especialmente nas Américas.
Segundo Velayudhan, esta escalada global reforça a necessidade urgente de uma estratégia robusta para mitigar os riscos e proteger as populações, tendo em conta que os centros urbanos correm maior risco.
Chikungunya e zika
A chefe da Equipe de Arbovírus, no Departamento de Preparação e Prevenção de Epidemias e Pandemias da OMS disse que o novo Plano de Resposta também aborda a chikungunya, que é igualmente transmitida por mosquitos Aedes.
Diana Rojas Alvarez disse que até o momento 118 países notificaram a transmissão do vírus. Em 2024, mais de 465 mil casos de chikungunya foram notificados em todo o mundo, com uma alta circulação no Brasil.
A Índia notificou mais de 69 mil casos em junho de 2024, com relatos de atividade contínua de surtos. Rojas Alvarez disse que o vírus zika também é transmitido pelos mosquitos Aedes, além da via vertical, de mãe para filho durante a gravidez e por meio de relações sexuais.
Embora a doença do vírus zika tenha diminuído globalmente desde 2017, ainda ocorreu em níveis baixos em vários países das Américas e outras regiões.
Reemergencia do vírus oropouche
Até agora, em 2024, pelo menos 36.343 casos foram relatados na região das Américas, principalmente no Brasil, Bolívia, Colômbia, El Salvador, Guatemala, México e Belize.
Por fim, Rojas Alvarez falou da doença do vírus oropouche, uma doença arboviral reemergente nas Américas, transmitida pela picada de mosquitos infectados. Os vetores normalmente picam as pessoas durante o dia e habitam áreas úmidas com matéria orgânica e áreas florestadas como a bacia amazônica.
Em 2024, foi relatado um aumento na transmissão e expansão da doença pelo vírus Oropouche nas Américas. Em setembro, mais de 11,6 mil casos foram notificados em seis países, sendo a maioria deles no Brasil. Casos adicionais forma identificados na Bolívia, na Colômbia, em Cuba, na República Dominicana e na Guiana.