Para Milei, os decretos econômicos “são o primeiro passo” para o país se afastar do modelo “empobrecedor” imposto por gestões antigas e estão de acordo com o caminho “duro e de sacrifícios” que prometeu durante sua campanha eleitoral. O presidente projeta que a reforma “implicaria em níveis de liberdade econômica” que multiplicariam o Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina em dez vezes ao longo de um período de 45 anos, deixando para trás a economia deteriorada por fatores como inflação elevada, reservas internacionais escassas, alto nível de dívida, entre outros.
O presidente defende que mudar este cenário “cabe a todos os argentinos”, incluindo membros do Congresso que “precisam decidir se querem continuar sendo parte do problema ou se farão parte da mudança”. “Por isso, peço aos argentinos de bem que pressionem seus políticos a aceitar a nova lei. A Pátria precisa dela. Se todos os atores políticos, empresariais e sindicais aprovarem nosso programa, haverá luz”, afirmou.
Milei concluiu sua mensagem pontuando que o objetivo da nova legislação é “voltar a ser um país livre, limitando o poder do Estado, focando na defesa da vida, liberdade e propriedade dos argentinos”. “Seremos um país onde cada um é livre pra trabalhar empregar importar e exportar como bem entender, e não como um burocrata diz em um órgão governamental. Quem pode preferir o cenário de hoje, frente ao país próspero que propomos?”, questionou.
A mensagem de Milei ocorre em meio a críticas ao novo pacote de medidas submetido para aprovação do Congresso, que inclui 664 artigos prevendo estado de emergência até 2025 e mudanças radicais em diversas áreas. Frente a falta de maioria no Congresso, Milei ameaçou convocar uma consulta popular, caso os políticos rejeitem os decretos. As medidas, entretanto, enfrentam oposição de alguns grupos empresariais e de parte da população, com a primeira greve trabalhista convocada pela principal central sindical da Argentina – a Confederação Geral do Trabalho (CGT) – para 24 de janeiro.