A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, realiza cursos com foco em promover políticas sensíveis ao gênero para empreendedoras do setor da economia digital.
Em finais de julho, a capacitação online mais recente abordou os “Vínculos comerciais e de gênero enfatizando medidas não tarifárias de uma perspectiva de gênero”.
Restrições de gênero do lado da oferta
Uma das constatações é que mulheres levam mais tempo para concluir o desembaraço aduaneiro devido a restrições de gênero do lado da oferta.
A agência quer ajudar a reduzir esses atrasos por meio do gerenciamento eficiente de custos e tempo, permitindo que empresas de comércio eletrônico lideradas por mulheres abracem as oportunidades oferecidas pelo comércio eletrônico.
Empresas administrada por mulheres gastam em média 1,5 vez mais para o desembaraço aduaneiro do que suas contrapartes masculinas devido aos requisitos associados ao tipo de taxas.
A Unctad defende a pesquisa como um dos focos de investimento “para melhor entender os impactos específicos de gênero das medidas não tarifárias em diferentes setores da indústria em níveis regional, nacional e global.”
Custos relacionados às medidas não tarifárias
As mulheres têm grande probabilidade de se enquadrar na categoria de micro, pequenas e médias empresas e enfrentam maiores custos comerciais relacionados às medidas não tarifárias.
A criação dessas leis foi feita de forma independente ao gênero, mas elas afetam de forma desproporcional às empresas lideradas por mulheres pela alta carga regulatória e capacidade fraca devido à menor dimensão de suas empresas.
Um dos pontos mais realçados no curso da Unctad são setores menos lucrativos, como agricultura e têxteis, onde as medidas não tarifárias são mais prevalentes.
A iniciativa faz parte de medidas da agência da ONU para promover conhecimento necessário para analisar a relação entre comércio e gênero às partes interessadas, incluindo funcionários do governo, da academia e da sociedade civil.