Por Rafael de Albuquerque.
A adoção da IA é um tema essencial no mundo dos negócios. Empresas de diferentes tamanhos, pequenas, médias ou grandes já iniciaram ou estão muito próximas de iniciarem nessa direção. AI, Big Data e a implementação de ferramentas de inovação para diversos segmentos de mercado e para diversos fins como redução de custos, impulsionamento da competitividade, redução de custos, análises de riscos e entre outros, não podem ser ignoradas.
Porém, antes da sua implementação, é preciso identificar as dores a serem resolvidas. Qual pergunta precisa ser feita antes de testar a adoção da AI? Será que o termo “melhor feito do que perfeito” se encaixa no contexto da implantação da AI para impulsionar negócios ou é melhor esperar o momento certo?
A IA pode ser utilizada nos processos da sua empresa, mas sempre com a realização de testes.
Quando cito o termo “Cultura digital” me refiro à maturidade de negócio e a capacidade de responder uma pergunta que aparentemente parece fácil, mas não é: qual dor o seu negócio quer resolver? A partir desta informação é possível começar a estudar quais são as estratégias de dados mais adequadas.
Esta é a principal recomendação que levo para os clientes: todo mundo quer falar de AI, Buzzwords e entre outras, mas o ideal é sempre construir a estratégia de dados de trás para frente. Entender primeiro qual é a dor que precisa resolver, baseado na dor que você quer resolver, qual é a estratégia de dados que vai ser montada.
Vejo empresas investindo alto em Data Lakes, porém, muitas vezes o problema a ser resolvido é pequeno e pode ser feito de uma forma muito mais simples.
É preciso reconhecer que a maioria das empresas ainda tem um caminho pela frente para saber qual pergunta querem tirar daquele dado e não fazer um investimento sem de fato ter um direcionamento correto para ele.
Transformação digital: Step by Step
Agora, qual o caminho necessário para conseguir ter impacto e entendimento de Data Analytics, do uso da base de Dados e BI, até chegar no estágio que negócios consigam ter um cientista de dados e seus modelos próprios?
Pode parecer uma exceção, mas costuma ser um padrão ter base de dados pouco trabalhadas e qualificadas nas empresas. É preciso ter uma mentalidade de começar a montar a base de registro de dados qualificada, higienizada e enriquecida primeiro, para depois entender de verdade como são os seus clientes, como eles se parecem e ir aperfeiçoando esta lista.
Confira algumas dicas para iniciar este processo:
Conscientização
Primeiro tenha cuidado com os opt-ins e mantenha o consentimento de dados sempre atualizados entre outras. Indico criar uma relação de consentimento com o seu cliente, para capturar dados sempre com consentimento.
Qualificação do dado
Uma vez que o dado com consentimento é capturado, inicia-se o processo de organização e qualificação das informações. Isto porque, o dado que foi capturado no primeiro estágio é apenas um rastro que uma pessoa deixou entre a relação do cliente e aquela empresa, ou seja, tem poucas informações sobre aquela pessoa.
Este passo de qualificação funciona principalmente para pequenas e médias empresas. Normalmente, grandes empresas já têm cientistas que iniciaram o trabalho de tratamento de dados.
Enriquecimento das Informações
O enriquecimento da base de dados inclui processos de análises e qualificações que transformam dados capturados em informação. Por exemplo, enriquecer base de dados de anos passados e começar a higienizá-los entendendo o comportamento dos clientes, como eles se parecem, a recorrência deles, evolução dos dados coletados destas pessoas ao longo dos anos.
A partir disso, começa-se a responder quem é o seu tipo de público e quais relações extremamente hiper personalizadas você pode criar para atendê-los. Esta base de informações super qualificadas pode ser usada para ação em outros momentos, como em campanhas de marketing, para redução de CAC, expansão de lojas, análise de riscos, etc.
Testar, Testar e Testar: passo fundamental para a inovação
Seguindo uma abordagem de começar pequeno e pensar grande. A cultura digital, preconizada top-down – de cima para baixo, destaca a mentalidade de “permitir errar”, ou melhor, de permitir “testar pequeno”. Para implementar mudanças, tecnologias, novos processos e o mindset de dados, a liderança e diretores precisam estar envolvidos no dia a dia dessas mudanças.
Outra dica é: envolva também profissionais de negócios no processo de mudança. É preciso que a área de negócios, além da equipe de dados, estejam envolvidos para responder os porquês do enriquecimento de dados. Isto de fato muda a qualidade das entregas. São desafios e desafios, mas a cultura de fato precisa iniciar lá em cima para começar a permear a empresa como todo.
É esperado falhar, permita-se. Tenha em mente que errar é um passo no processo de evolução da vida. Teste processos e se permita falhar, aprender com as falhas, corrigir o percurso e evoluir no caminho. A cultura de testes ajuda no processo de inovação.
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Rafael de Albuquerque é fundador e CEO da Zoox Smart Data, empresa de Data & Analytics presente em 22 países, e em mais de 1.600 clientes. Com passagem pela Babson College Entrepreneur School e pela ATDC Georgia Tech, atualmente é membro do ScaleUp Endeavor, programa de aceleração das empresas que mais crescem no Brasil.