Uma pesquisa conduzida pela Faculdade de Saúde Pública da USP (FSP-USP) revelou uma preocupante realidade relacionada à maior parte das escovas de dentes disponíveis no mercado.
Os resultados obtidos nesse extenso levantamento apontam que aproximadamente 82% dos produtos destinados à higiene bucal não atendem aos requisitos mínimos necessários para cumprir adequadamente uma escovação de dentes.
A pesquisa consistiu na análise detalhada de mais de 300 escovas de dentes disponíveis em supermercados, não se limitando apenas à cidade de São Paulo propriamente dita, mas inclui diversos outros municípios ao redor.
Escova inadequada representa riscos à saúde
Líder da pesquisa, a cirurgiã-dentista Sônia Regina Cardim de Cerqueira Pestana identificou que o principal problema identificado no estudo refere-se a uma característica bastante comum em escovas de dentes tradicionais.
Tal problema reside reside no formato das cerdas, que geralmente são afiadas. No entanto, o mais apropriado seria que fossem arredondadas a fim de garantir a segurança e a saúde dos usuários.
Isso possibilitou uma avaliação mais abrangente e precisa da qualidade das escovas de dentes no mercado, permitindo a identificação de problemas recorrentes nas escovas mais comuns.
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Essa descoberta assume um papel de grande importância para a saúde bucal, considerando que a higiene inadequada pode desencadear sérios problemas, como cáries, inflamações e outras doenças bucais.
Por sua vez, dependendo do grau de gravidade dessas doenças e do organismo de cada pessoa, elas podem se espalhar para outros lugares do seu corpo, agravando o problema.
Sendo assim, a escolha correta de uma escova de dentes é essencial para manter a saúde bucal em dia e prevenir complicações.
Você sabe qual é o tipo de escova ideal?
A Associação Brasileira de Odontologia (ABO) oferece diretrizes para a escolha da escova de dentes ideal. Isso inclui cerdas macias e arredondadas, uma cabeça de tamanho reduzido para alcançar todas as áreas da boca, um cabo confortável e antideslizante para facilitar a escovação e garantir uma boa aderência.
Além disso, é fundamental escolher uma escova com a densidade de cerdas adequada para o seu tipo de dentição, evitando cerdas duras ou médias, que podem prejudicar o esmalte e causar lesões na gengiva.
De acordo com o pesquisador norte-americano Charles Bass, o ideal seria que cada escova tivesse 18 tufos, contendo 80 cerdas cada, totalizando 1.440 cerdas, com um cabo reto, de preferência.
No entanto, a pesquisa da Dra. Sônia identificou que a maioria das escovas não atende a esse padrão, apresentando variações significativas no número de cerdas e tufos, que vão de 500 a 7.500 cerdas e de 13 a 65 tufos.
Portanto, a seleção cuidadosa da escova de dentes é essencial para garantir uma higiene bucal eficaz e saudável.