A rede elétrica de Cuba colapsou novamente neste sábado (19), o que deixou o país em apagão pelo segundo dia consecutivo, pouco após as autoridades terem anunciado o restabelecimento do serviço.
Segundo o CubaDebate, um dos veículos de comunicação estatais do país, o operador da rede informou às 6h15 no horário local (7h15 em Brasília) que houve uma “total desconexão do sistema eletroenergético nacional”.
O comunicado disse que os órgãos responsáveis pela rede de energia estavam trabalhando para o retorno dos serviços.
Na quinta-feira (17), diante de uma “emergência energética”, o regime cubano já havia decidido suspender todas as atividades de trabalho estatais que não são consideradas essenciais. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro Manuel Marrero em cadeia nacional de rádio e televisão. Ele não especificou o prazo da medida. Horas depois do anúncio, na sexta, o país teve um apagão geral.
Ao longo da semana, províncias inteiras já tinham ficado sem luz por horas, e muitas cidades mais afastadas da capital, Havana, tiveram acesso restrito à eletricidade, por menos de seis horas ao dia. Os apagões excederam 12 horas por dia para milhões de pessoas em toda a ilha.
A crise se agravou nesta sexta, depois que a ilha sofreu uma “interrupção total” do sistema elétrico, o que deixou todo o país sem luz. Lázaro Guerra, diretor-geral de Eletricidade do Ministério de Energia e Minas, afirmou à televisão estatal que a falha ocorreu após um colapso no sistema da principal central termelétrica de Cuba, e que o regime trabalhava o mais rápido possível para restabelecer o serviço.
O líder de Cuba, Miguel Díaz-Canel, escreveu na rede social X que o regime não descansaria até a restauração do sistema e que as autoridades “dedicam prioridade absoluta à atenção e solução da contingência energética altamente sensível”.
Os cubanos enfrentam há três meses uma rotina de blecautes, que se prolongam e se tornam cada vez mais frequentes, com um déficit em muitos dias de 30% na cobertura nacional.
As autoridades não divulgaram detalhes sobre os motivos do colapso deste sábado ou quando o serviço deve ser restabelecido.
O regime cubano tem dito que a rotina de blecautes ocorre devido à infraestrutura deteriorada, escassez de combustível e demanda elevada do sistema.
A eletricidade em Cuba é gerada por oito centrais termelétricas obsoletas, que em alguns casos apresentam avarias ou estão em manutenção, por sete centrais flutuantes —que o governo aluga de empresas turcas— e por grupos de geradores. A infraestrutura requer principalmente combustível para funcionar, e há escassez.
Fortes ventos que começaram com o furacão Milton, na semana passada, também dificultaram o transporte pelo mar de combustível a essas centrais flutuantes.