A Federação Inglesa de Futebol (FA) puniu o Nottingham Forest, equipe da primeira divisão do país, com uma multa de 750 mil libras, o equivalente a US$ 980 mil (R$ 5,5 milhões) por crítica direta, em rede social, a um VAR (árbitro assistente de vídeo).
Na temporada passada, quando lutava contra o rebaixamento, o clube acusou Stuart Attwell de repetidamente ignorar lances passíveis de marcação de pênalti na partida contra o Everton, em Liverpool, no dia 21 de abril deste ano.
“Nossa paciência foi testada várias vezes. Três decisões extremamente ruins –três penalidades não aplicadas– que simplesmente não podemos aceitar”, escreveu o Forest em sua conta no X. “Avisamos o PGMOL [órgão responsável pela arbitragem] antes do jogo que o VAR é torcedor do Luton, mas eles o mantiveram.”
O Luton Town era uma das equipes que, assim como o Forest, lutava contra o rebaixamento. Acabou caindo, e o time londrino, apesar da derrota por 2 a 0 para o Everton, permaneceu na elite.
Nesse jogo, cujo árbitro de campo era Anthony Taylor, houve três lances duvidosos, dentro da área do Everton, que poderiam ter resultado em marcação de pênalti. Em nenhum deles Taylor viu infração, e em nenhum deles Attwell interveio.
“Vi as imagens. Foi pênalti no Gio Reyna, ele foi chutado, não me diga que não é contato. Isso é pênalti”, declarou o treinador Nuno Espírito Santo sobre um dos lances.
“Foram por essas situações que a tecnologia de vídeo foi trazida para a Premier League [a primeira divisão da Inglaterra]. Mesmo assim, Attwell não chamou Taylor para o monitor [para checar se houve ou não pênalti]. Nem uma vez”, escreveu o ex-árbitro Mark Clattenburg, que à época trabalhava para o Forest como analista de arbitragem. “Foi uma trinca de absurdos da equipe de arbitragem.”
Com toda a chiadeira, a FA decidiu tratar internamente da atitude do Forest, o que levou à decisão, passados alguns meses, de sancionar o clube depois de julgamento.
Diz o comunicado da federação: “O clube negou que os comentários postados nas redes sociais impliquem parcialidade e/ou questionem a integridade dos árbitros e/ou do árbitro de vídeo e/ou coloquem descrédito no jogo. [Mas] uma comissão reguladora independente concluiu que a acusação foi comprovada após uma audiência e impôs as sanções ao clube.”
De acordo com a FA, o Forest violou regra da federação por ter tido “conduta imprópria ao implicar viés e/ou questionar a honestidade do(s) árbitro(s) da partida e/ou do árbitro assistente de vídeo e/ou trazer descrédito ao jogo.”
A folha salarial anual do clube é atualmente de 62,58 milhões de libras (quase US$ 82 milhões), o que faz a multa de quase um milhão de dólares parecer uma ninharia. Mesmo assim, discordou dela (“é totalmente desproporcional”) e disse que recorrerá.
Com esse valor, o time, que foi fundado em 1865 e ganhou duas vezes a Champions League (Liga dos Campeões da Europa), em 1979 e em 1980, pode pagar perto de 100% do salário de um ano do goleiro Carlos Miguel.
O ex-jogador do Corinthians é um dos quatro brasileiros no elenco do Forest. Os outros são os zagueiros Murillo (também ex-Corinthians) e Morato (ex-São Paulo) e o volante Danilo (ex-Palmeiras).
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