Corte Internacional determina que Israel evite atos de genocídio em Gaza – EERBONUS
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Corte Internacional determina que Israel evite atos de genocídio em Gaza

A Corte Internacional de Justiça, CIJ, publicou nesta sexta-feira uma ordem sobre o pedido apresentado pela África do Sul sobre medidas provisórias contra Israel com base na Convenção do Genocídio de 1948. 

A instituição, baseada em Haia, solicita “medidas imediatas e eficazes de Israel para permitir a prestação de serviços básicos e auxílio humanitário urgente” para os palestinos na Faixa de Gaza.

Alegações do caso 

De acordo com a corte, Israel tem que tomar medidas eficazes para evitar a destruição e garantir a preservação de provas relacionadas com alegações de atos no âmbito da Convenção do Genocídio a membros do grupo palestino em Gaza. 

O Tribunal determinou que tem jurisdição para fazer as primeiras alegações no caso submetido pelas autoridades sul-africanas. As autoridades israelenses rejeitaram as acusações.

Corte quer que Israel tome medidas eficazes para evitar a destruição e garantir a preservação de provas relacionadas com alegações de genocídio

As medidas provisórias são uma espécie de liminar temporária com o objetivo de amenizar a situação até uma decisão final sobre a disputa. A África do Sul também solicitou a interrupção da operação militar de Israel na Faixa de Gaza, sobre a qual não há menção na ordem da CIJ. 

De acordo com a ONU, após os ataques do Hamas, em 7 de outubro, que foram seguidos pela campanha militar de Israel, pelo menos 26.083 pessoas morreram e outras 64.487 ficaram feridas no enclave. As autoridades em Gaza falam de milhares de desaparecidos sob os escombros.

Fome, doenças e falta de cuidados de saúde

Nesta sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde, OMS, revelou que 95 instalações do setor sofreram 318 ataques desde o período. Os atos resultaram em 615 mortos e 778 feridos. 

Para a Agência da ONU de Assistência aos Palestinos, Unrwa, as condições em Gaza não são dignas de seres humanos. Para a diretora de Comunicação, Juliette Touma, a situação é de “absoluto desespero com pessoas deslocadas e exaustas após três meses e meio de guerra brutal” e a iminência de mortes devido ao cerco por causa da fome, das doenças e da falta de cuidados de saúde.  

Em sua atuação, a agência distribuiu farinha em províncias do sul da Gaza alcançando mais de 320 mil famílias. A situação de segurança combinada com cortes de internet impede a publicação de atualizações desde 17 de janeiro. 

Acampamentos improvisados e superlotados

O chefe do Escritório de Direitos Humanos da ONU para o Territórios Palestinos, Ajith Sunghay, disse que civis continuam suportando o peso da escalada dos confrontos em Gaza. 

Em situação que ela considera “nada menos do que uma catástrofe”, o representante descreveu o encontro com famílias no último fim de semana em Khan Younis com “pessoas frustradas, irritadas e compreensivelmente cautelosas”. 

Elas contaram que deixaram suas casas em busca de abrigo em acampamentos improvisados e superlotados. As crianças não vão à escola há meses e os centros de ensino foram destruídos juntamente com suas esperanças para o futuro.

Além do assassinato de familiares, as vítimas lamentaram a situação que inclui a separação com parentes, a violência contra as mulheres, documentos destruídos, as casas e comunidades desenraizadas e a degradação de instalações de saúde. 

Com os ataques a hospitais, escolas e outros locais de refúgio ocorreram deslocamentos de palestinianos por várias vezes com destino a áreas cada vez menores e com baixo acesso a bens essenciais necessários para sobreviver.

Assista ao vídeo completo da sessão aqui. 

Unrwa defende que as condições em Gaza não são dignas de seres humanos

Unrwa defende que as condições em Gaza não são dignas de seres humanos

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