A mídia estatal da Coreia do Norte afirmou nesta terça-feira (28) que o líder supremo do país, Kim Jong-un, recebeu fotos das “principais regiões-alvo” nos Estados Unidos, tiradas por seu satélite espião, lançado recentemente. A emissora de TV KCNA disse que o lote inclui imagens da Casa Branca, do Pentágono e de porta-aviões dos EUA.
Funcionários do Governo da Coreia do Sul dizem que as alegações do Norte não puderam ser confirmadas, pois as fotos não foram divulgadas.
O debate sobre o satélite se transformou em uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) nesta segunda-feira (27), convocada após o lançamento da semana passada e de dezenas de testes de mísseis balísticos nos últimos 20 meses.
Isso resultou em uma rara troca direta e pública de acusações entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte.
A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, afirmou:
“A Coreia do Norte está tentando sem reservas avançar com seus sistemas de entrega de armas nucleares, testando tecnologia de mísseis balísticos, em clara violação das resoluções deste Conselho”.
Em afirmações não planejadas no fim da reunião, Thomas-Greenfield rejeitou as alegações de Pyongyang de que seus lançamentos eram ações defensivas em resposta à provocação militar dos EUA e de seus aliados, mas estendeu uma oferta de diálogo “sem condições”.
Em resposta, o embaixador da Coreia do Norte, Kim Song, defendeu o que chamou de “direito legítimo” de seu país de desenvolver seus sistemas de armas em pé de igualdade com os EUA.
A Coreia do Norte está sob sanções da ONU por seus programas de mísseis balísticos e nucleares há quase duas décadas.
Mas, nos últimos anos, o Conselho de Segurança está dividido na maneira como lidar com Pyongyang, cujo governo é protegido pelos poderes de veto da Rússia e da China.
Washington afirma que tal proteção de Moscou e Pequim apenas encoraja a Coreia do Norte a continuar desrespeitando as resoluções da ONU.