Marrocos. Esse é o nome da grande novidade da Copa do Qatar. O Mundial não terminou, mas o país da África conquistou a simpatia e o apreço de milhões devido ao seu desempenho positivo e inesperado.
Nunca um africano foi tão longe em Copas, atingindo a fase semifinal. Antes, Camarões (1990), Senegal (2002) e Gana (2010) pararam nas quartas de final.
O desafio marroquino, primeira nação a falar árabe a progredir tanto em um Mundial, não terminou no Oriente Médio. Há chance de ir além.
Caso derrube a França no estádio Al Bayt nesta quarta-feira (14), estará na final, no domingo (18), em Lusail, contra a Argentina, que superou a Croácia na primeira semifinal.
Se surpreender mais uma vez e eliminar os atuais campeões do mundo, Marrocos fará parte de um clube restrito, que conta com apenas oito países.
São aqueles que, desde que as oitavas de final foram introduzidas, no México-1986, como a primeira etapa do sistema eliminatório no caminho até o jogo decisivo, passaram por todos os mata-matas: o das oitavas, o das quartas de final e o das semifinais.
Tiveram eficácia nesse nível como “matadores” a Argentina (1986, 1990, 2014 e 2022), o Brasil (1994, 1998 e 2002), a Alemanha (1986, 1990 e 2014), a França (1998, 2006, 2018), a Itália (1994 e 2006), a Espanha (2010), a Holanda (2010) e a Croácia (2018).
Muitas outras seleções tentaram entrar nesse rol (o dos finalistas de Copas), conseguindo se classificar para as oitavas, porém ficaram pelo caminho diante de uma dessas oito equipes no momento em que se aproximavam do objetivo, ou antes,
Alguns países bateram na trave, sendo superados na semifinal: Bélgica (1986 e 2018), Inglaterra (1990 e 2018), Bulgária (1994), Suécia (1994), Coreia do Sul (2002), Turquia (2002), Portugal (2006) e Uruguai (2010).
É bem difícil fazer parte desse clube de “matadores” de sucesso, porém ele não se mostra impenetrável, já que a Croácia passou a ser seu mais novo membro quatro anos atrás, quando lhe faltou somente dar o “tiro” definitivo, na final, contra a França.
A favor de Marrocos, azarão diante de Mbappé e companhia, há o retrospecto recente, com vitórias sobre os favoritos Bélgica, Espanha (nos pênaltis) e Portugal, a defesa “intransponível” cujo último pilar é o goleiro Bono (só um gol sofrido, e feito por um atleta do próprio time) e a força da torcida, que nos estádios tem apoiado maciçamente a seleção do norte da África.
São os trunfos marroquinos para tentar obter a chave do “Clube dos Oito”, fazendo-o mudar o nome para “Clube dos Nove”, tendo como sócio pela primeira vez um africano.
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