Moçambique lidera rotativamente o Conselho de Segurança no mês de maio em ambiente pairando entre o potencial de continuação do conflito em Gaza e o seguimento das negociações pelo fim da guerra entre Israel e Hamas.
Na segunda presidência rotativa do órgão de 15 Estados-membros, o embaixador moçambicano junto às Nações Unidas falou da preparação dos integrantes para uma reação aos dois possíveis desfechos.
Conselho de Segurança deve se reunir e tomar posição
“Se houver um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, o Conselho de Segurança deve reunir e adotar uma resolução de encorajamento. Se não houver cessar-fogo, o Conselho de Segurança deve se reunir e tomar posição sobre isso. Mas, a posição coletiva e unânime no Conselho é que temos que fazer esforços para que haja um cessar-fogo e haja desenvolvimentos no Médio Oriente e no conflito.”
Pedro Comissário lembra que foi durante a presidência moçambicana do grupo dos 10 membros não permanentes do Conselho de Segurança que foi gerada e adotada a primeira resolução de cessar-fogo em Gaza, após seis meses de guerra.
“Nós esperamos que esses esforços vão continuar sob a presidência de Moçambique no sentido de conseguirmos um cessar-fogo no conflito entre Israel e o Hamas. Todos e cada um dos membros no Conselho de Segurança querem ver o sucesso desses esforços: o cessar-fogo, a ajuda à assistência humanitária para o povo sofredor da Palestina e, em particular, de Gaza. É um sofrimento humano que todos nós não achamos admissível neste mundo e nesta civilização contemporânea.”
Proteção dos civis
Entre as prioridades já acordadas para debate do Conselho durante o mês de maio está uma sessão anual sobre a proteção dos civis. O evento deverá ter a presença de altos representantes das Nações Unidas e da sociedade civil.
“Este é um tema recorrente de alguns anos para cá no Conselho de Segurança. Surge porque nos conflitos armados os civis pagam sempre um elevado preço. Nós decidimos propor ao Conselho para que discuta com mais cuidado este tema.”
Além da situação no Oriente Médio, incluindo a questão palestiniana, as sessões abordando tensões na região incluirão crises na Síria, no Iêmen, no Iraque e no Líbano.
O programa em maio abordará ainda realidades africanas em nações como Sudão, Sudão do Sul, Líbia e Sahel. Relativamente à Europa haverá um debate sobre a Bósnia e Herzegovina e possíveis sessões sobre a Ucrânia.
Estados africanos na abordagem dos desafios globais
Sobre questões asiáticas, o destaque vai para uma reunião com o Comitê de Sanções da Coreia do Norte.
Entre os eventos a marcar a liderança moçambicana do Conselho está um debate de alto nível sobre o papel dos Estados africanos na abordagem dos desafios globais de segurança e desenvolvimento com a presença da ONU e da União Africana.
Altos representantes internacionais debaterão ainda o papel feminino e juvenil na manutenção da paz e da segurança com a presença da ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo.