Congressistas dos EUA vão a Taiwan após eleição – 18/01/2024 – Mundo – EERBONUS
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Congressistas dos EUA vão a Taiwan após eleição – 18/01/2024 – Mundo

Proeminentes congressistas dos Estados Unidos viajarão a Taipé nos próximos dias em uma demonstração de apoio a Lai Ching-te, eleito presidente de Taiwan nas eleições do sábado (13).

O principal democrata do subcomitê para o Indo-Pacífico no Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes americana, Ami Bera, e os deputados republicanos Andy Barr e Mario Díaz-Balart, integrantes de uma bancada do Congresso voltada para as relações com Taiwan, visitarão a ilha na próxima semana, afirmaram à reportagem pessoas familiarizadas com o assunto.

Mike Gallagher, influente republicano que preside o comitê bipartidário para a China na Câmara, também deve ir a Taiwan depois dessa primeira delegação, em uma visita que será observada de perto por Pequim.

Antes deles, no domingo das eleições presidenciais, Stephen Hadley, que foi assessor de Segurança Nacional dos EUA no governo George W. Bush, e James Steinberg, que foi vice-secretário de Estado na administração Barack Obama, tinham ido à ilha.

O regime chinês criticou a notícia das novas visitas de políticos americanos à ilha, argumentando que elas diluem o reconhecimento do princípio de “uma só China” por parte dos EUA —a política estabelece que países que mantêm relações diplomáticas com o gigante asiático não podem reconhecer Taiwan como um Estado independente.

A embaixada chinesa em Washington disse que Pequim “se opõe firmemente a qualquer forma de interação oficial entre os EUA e Taiwan e a qualquer interferência deles nos assuntos de Taiwan, sob qualquer pretexto”.

“Os EUA […] não devem obscurecer e esvaziar o princípio de ‘uma China’ de maneira alguma ou enviar qualquer sinal errado às forças separatistas que defendem a ‘independência’ de Taiwan”, prossegue o comunicado.

Membros do Congresso americano têm um longo histórico de viagens a Taiwan, forma encontrada pela classe política americana de demonstrar apoio tácito de Washington sem ferir, tecnicamente, o princípio de “uma só China” adotado pelos EUA em 1979.

Isso não significa que essas visitas não tenham consequências. A ida da então presidente da Câmara Nancy Pelosi a Taipé em 2022 abriu uma crise que incluiu a realização de exercícios militares de grande escala pelo Exército chinês ao redor da ilha e a interrupção dos treinamentos militares com os EUA à época em curso, estes retomados apenas na semana passada.

Bera e os membros da bancada do Congresso com foco nas relações com Taiwan se reunirão com o recém-eleito Lai, mas não com os candidatos derrotados, disse à reportagem uma pessoa com conhecimento sobre o tema.

Questionado, Bera não confirmou ou negou as informações, e Barr e Díaz-Balart não retornaram pedidos de comentários. Gallagher se recusou a comentar sobre a visita e a responder à pergunta sobre se ele lideraria uma delegação do comitê para a China à nação continental.

Logo após as eleições em Taiwan, o presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, havia anunciado que pretendia pedir a deputados de seu partido que viajassem para a ilha depois da posse de Lai, em maio.

A expectativa é que mais delegações do Congresso façam o trajeto no período, assim como nos dois meses anteriores. Isso porque em abril completam-se 45 anos da assinatura da Lei de Relações com Taiwan, que garante o fornecimento de armas de defesa à ilha por parte dos EUA.

A legislação também afirma que qualquer tentativa de determinar o futuro de Taiwan por meios não pacíficos representa uma ameaça à segurança regional e obriga os EUA a estarem preparados para defender a ilha caso isso aconteça.

Analistas acreditam que as reações de Pequim em relação às próximas visitas de congressistas americanos provavelmente serão mais duras do que as anteriores em razão da sensibilidade que ronda os temas da posse e do aniversário do Ato de Relações com Taiwan.

O regime liderado por Xi Jinping Pequim reagiu mal a uma viagem a Taipé de Michael Chase, o principal oficial do Pentágono para a China, no ano passado. Na ocasião, Wang Wenbin —um dos porta-vozes da chancelaria chinesa— disse que “qualquer conspiração separatista inútil ou plano que se apoie em forças estrangeiras para minar as relações entre os dois lados do estreito serão contraproducentes e necessariamente mal-sucedidos”.

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