O Sistema Solar é formado por oito planetas, incluindo o ‘pálido ponto azul’ que chamamos de casa, em um alinhamento quase plano — em algumas ocasiões, é bem parecido com aquela maquete que apresenta todos os planetas alinhados com o Sol. A maioria dos corpos celestes estão orbitando a três graus do plano da órbita da Terra ao redor do Sol; alguns objetos do Cinturão de Kuiper tem inclinações de até 30 graus.
O nosso sistema foi formado há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, durante a condensação de uma densa nuvem de gás e poeira cósmica na Via Láctea. Provavelmente, a nuvem entrou em colapso após a explosão de uma supernova próxima da região, então, formou uma nebulosa solar.
“É um momento emocionante, porque muitos planetas foram descobertos em outros sistemas solares, por exemplo, pelo telescópio espacial Kepler da NASA e pelo Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), e muitos deles parecem muito diferentes dos planetas do nosso Sistema Solar. Portanto, temos de criar novas formas de pensar sobre a formação planetária que expliquem a diversidade de planetas que conhecemos agora”, disse a professora assistente de astrofísica e astronomia, Rebekah Dawson, associada da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
A realidade é que a formação dos Sistemas Solares não é tão diferente da de nosso próprio sistema, por isso os cientistas também estudam outras regiões espaciais semelhantes em outros estágios para tentar compreender a história da evolução dos planetas em nosso quintal cósmico. Por exemplo, ao estudar uma formação planetária em andamento, os cientistas podem responder perguntas sobre a formação do nosso Sistema Solar.
Para compreender um pouco melhor sobre como os sistemas solares nascem, reunimos informações de astrônomos, astrofísicos e outros especialistas da área.
O nascimento dos Sistemas Solares
Um sistema solar é um sistema planetário, normalmente composto por uma estrela central e por corpos celestes que orbitam ao seu redor devido à sua poderosa atração gravitacional. Por exemplo, é o Sol que possibilita que os planetas, luas, asteroides e outros corpos celestes orbitem em uma formação alinhada, como em um tipo de ‘dança orbital’.
Apesar das semelhanças, é importante destacar que os sistemas solares espalhados pelo universo não são iguais em todas as características. Afinal, cada um pode apresentar diferentes tamanhos, composições e disposições dos seus corpos celestes.
Por exemplo, um estudo recente apresentou que um sistema com seis planetas ‘sub-netunos’ foi encontrado em estado de órbita perfeito, localizado a aproximadamente 100 anos-luz de distância da Terra, na órbita da estrela HD110067.
Assim como o nosso, os outros sistemas solares se formaram a partir de uma nebulosa em colapso, um fenômeno também conhecido como berçário estelar. A maioria da matéria nesses sistemas é composta por hidrogênio, gás, poeira, rochas e outros elementos; durante o processo, esses materiais cósmicos são atraídos para o centro da nebulosa devido ao colapso gravitacional.
A formação do nosso Sistema Solar deu origem a oito planetas, centenas de luas e diversos outros corpos celestes que orbitam o Sol.Fonte: GettyImages
No caso de a compressão da nebulosa aumentar até temperatura central até atingir o ponto de fusão termonuclear, a massa central se transformará em uma protoestrela. Trata-se de uma estrela jovem que está iniciando a acumulação de poeira que surgiu do restante dessa reação, mas os elementos ao seu redor se formam a depender da região do universo.
Por exemplo, durante a formação do nosso Sistema Solar, foram formados elementos pesados como ferro e titânio, comumente encontrados na Terra.
A jornada cósmica da criação dos planetas
Em outras palavras, essa protoestrela se transformará em uma estrela massiva central que atrairá tudo ao seu redor, assim como o Sol faz com Marte, Júpiter, Plutão e outros corpos celestes. O restante da matéria que não foi incorporada à estrela e está orbitando ao seu redor se transformará em um disco protoplanetário, onde os primeiros planetas começarão a se formar.
“Cerca de 99,9% do material caiu no meio da nuvem e se tornou o Sol. Assim que o centro ficou quente e denso o suficiente, desencadeou a fusão nuclear. Então a luz visível inundou o sistema solar pela primeira vez. Os 0,1% da matéria que permaneceu orbitando ao redor do Sol, fazendo com que esta nuvem de gás de formato aleatório formasse um disco plano. Este disco plano, chamado disco protoplanetário, foi onde os planetas se formaram”, disse o pesquisador Tim Gregory, do Museu de História Natural de Londres, no Reino Unido.
A medida que o disco começou a esfriar, os materiais sólidos criados nesse processo formaram aglomerados de massa que se tornarão cada vez maiores, até se transformarem em planetas.
Os elementos formados durante o desenvolvimento da protoestrela são importantes para as características dos corpos celestes que se desenvolverão posteriormente. No caso do nosso sistema, os tipos de elementos influenciaram na formação dos planetas com núcleos metálicos, como a Terra, Mercúrio, Marte e Venus.
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