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Como identificar se uma imagem foi manipulada

Em meio a suspeitas de que uma foto oficial de Kate Middleton foi ‘manipulada’, confira algumas pistas que podem ajudar você a checar se uma imagem foi alterada ou mesmo gerada por IA
Como identificar se uma imagem foi manipulada
Getty Images
Em um mundo em que as imagens podem ser alteradas digitalmente com apenas alguns cliques ou até mesmo geradas inteiramente do zero por meio da inteligência artificial (IA), está se tornando cada vez mais difícil confiar no que os nossos olhos veem.
As técnicas usadas para manipular imagens são tão sofisticadas que entramos na era dos fakes hiper-realistas.
Tais imagens podem levar à propagação da desinformação e podem até influenciar a opinião pública em eventos importantes como eleições.
Depois que uma foto da princesa de Gales, Kate Middleton, ao lado dos filhos foi retirada pelas agências de notícias devido ao receio de que tivesse sido “manipulada”, a questão ganhou mais destaque do que nunca.
Mas será que há algo que a gente possa fazer para identificar se uma imagem foi alterada ou gerada por inteligência artificial?
Reflexos e sombras
A iluminação anormal costuma ser um indício de que uma foto foi alterada.
Verifique, por exemplo, os pontos de luz nos olhos das pessoas; a fonte de luz muitas vezes vai estar refletida em seus olhos.
Se o tamanho e a cor não corresponderem ao local ou se parecerem diferentes entre cada um dos olhos, você pode ter motivos para suspeitar.
A forma como os indivíduos e os objetos aparecem nas superfícies refletoras de uma imagem também pode fornecer pistas.
As sombras dos objetos na imagem podem não se alinhar se ela tiver sido montada a partir de diversas imagens, mas tenha em mente que algumas fotos podem ser tiradas com diversas fontes de iluminação.
Vale a pena observar a forma como a luz incide no rosto de uma pessoa. Se o Sol estiver atrás dela, por exemplo, as orelhas podem parecer avermelhadas.
A inteligência artificial também pode produzir iluminação e sombras incongruentes, mas à medida que os algoritmos são aperfeiçoados, os rostos gerados pela IA são com frequência percebidos como mais reais do que os rostos humanos.
Mãos e orelhas
Outra abordagem que pode ser reveladora é procurar características difíceis de replicar. Atualmente, a inteligência artificial deixa a desejar no processamento de mãos e orelhas, alterando suas formas, proporções e até mesmo o número de dedos.
Essas são as mesmas características que muitas vezes são motivo de dor de cabeça para os artistas, mas à medida que outros aspectos das imagens de pessoas geradas por IA se tornam hiper-realistas, essas imprecisões criam um vale de estranheza que não parece natural aos nossos olhos.
Veja os metadados
Escondidas no código das imagens digitais estão informações que podem ajudar a identificar uma foto fake.
Cada vez que uma câmera digital tira uma foto, os metadados são gravados no arquivo da imagem.
Os registros de data/hora, por exemplo, levaram a questionamentos sobre se o então presidente americano, Donald Trump, estava de fato trabalhando na Casa Branca um dia depois de revelar que tinha contraído covid-19 em outubro de 2020.
Duas fotos de Trump no hospital militar em que foi internado com covid-19
EPA/JOYCE N BOGHOSIA/THE WHITE HOUSE
Ruído na imagem
Cada sensor de câmera digital apresenta pequenas falhas de fabricação que levam a erros únicos que deixam uma espécie de “impressão digital” nas fotos.
Essa “impressão digital” é então associada a uma câmera específica — e pode ajudar a identificar áreas de uma fotografia que foram manipuladas.
A granulação de uma imagem gerada por inteligência artificial também pode parecer peculiar.
Ferramentas de verificação
Empresas de tecnologia como o Google lançaram ferramentas de verificação de imagens que podem ajudar as pessoas a identificar imagens geradas por inteligência artificial.
O Facebook e o Instagram começaram a rotular imagens geradas por IA provenientes dos próprios sistemas da Meta — e planejam fazer o mesmo para imagens geradas por ferramentas de IA de outras empresas.
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.
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