Recentemente, o assassinato chocante da juíza Viviane Vieira do Amaral, morta a facadas pelo ex-marido, engenheiro Paulo José Arronenzi, trouxe à tona mais uma vez a vergonhosa realidade do feminicídio no Brasil. Infelizmente, durante o período de isolamento social causado pela pandemia de Covid-19, essa forma extrema de violência contra as mulheres teve um aumento de 16%.
Com mais dificuldades para acionar os sistemas de proteção e acolhimento, muitas mulheres se encontram ainda mais vulneráveis. Em 2018, de acordo com o Dossiê Mulher do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, 62% das ocorrências registradas de Violência doméstica ocorreram na própria residência das vítimas.
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Quais são as formas de Violência doméstica?
A violência não se manifesta apenas nas agressões físicas ou sexuais. Ela também pode ocorrer sob a forma de abuso psicológico, moral e patrimonial. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 88,8% dos feminicídios ocorridos em 2018 foram praticados pelos próprios parceiros destas mulheres.
Este é um problema complexo que requer ações multidisciplinares para prevenir, proteger e punir os perpetradores deste crime terrível. Além de denunciar o abusador e buscar ajuda de profissionais e organizações especializadas, existem medidas que qualquer mulher em situação de risco pode tomar para se proteger.
Dicas e orientações para mulheres em situação de violência
Abaixo sugerimos algumas ações, produzidas coletivamente por especialistas como Silvia Chakian, Promotora de Justiça de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar do Ministério Público de São Paulo, entre outros:
- Reconheça os sinais de violência: Controlar o que a parceira pode ou não fazer, ciúmes excessivos, xingamentos, chantagens, humilhações públicas ou privadas são sinais de alerta.
- Tenha um plano de emergência: Mantenha em mente para onde pode ir e como, em caso de ataque. Lembre-se que a polícia (190) pode ser acionada.
- Fale com vizinhos e com pessoas de confiança: Conversar com família, amigos e vizinhos sobre a situação e pedir ajuda é um passo importante. Eles podem ligar para a polícia se necessário.
Como buscar ajuda?
Em caso de violência doméstica, a vítima deve sempre buscar ajuda. Nos momentos de crise, os serviços de saúde devem ser acionados em primeiro lugar, devido a possíveis medidas emergenciais que possam ser necessárias.
Além disso, as mulheres em situação de risco podem pedir orientações no Ligue 180, um serviço criado para lidar com casos de violência doméstica, ou nos serviços especializados das cidades, incluindo Defensorias Públicas.
Como parte dos esforços para combater a violência contra as mulheres, várias ferramentas e serviços de suporte foram disponibilizados, como o aplicativo Mete a Colher, o projeto Justiceiras e a plataforma Mulher Segura, da ONU.