Como a salinidade dos Oceanos afeta o clima na Terra? – EERBONUS
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Como a salinidade dos Oceanos afeta o clima na Terra?

Não é apenas na sua pressão arterial que o sal pode causar um estrago. Estudos têm analisado os efeitos do aumento da salinidade dos oceanos e os impactos desse desequilíbrio em áreas como o clima planetário e a sobrevivência biológica.

Tudo no universo clama por um equilíbrio para se manter em funcionamento. Pequenas alterações nos componentes ambientais podem gerar grandes impactos na vida e no clima do nosso planeta.

Quando esse desequilíbrio ocorre nos oceanos, os impactos podem ser globais, contribuindo não apenas para a extinção de espécies importantes da fauna e flora marinha, costeira e de estuários, mas também como uma engrenagem de aceleração para os efeitos do aquecimento global. Saiba como a salinidade dos oceanos pode contribuir para o clima na Terra e os impactos na vida marinha e terrestre.

O aumento da salinidade pode gerar graves desequilíbrios na vida marinha, causando a morte e o desaparecimento de espécies.Fonte:  Getty Images 

Temperando o aquecimento global

As águas marinhas apresentam diferentes concentrações de sal, dependo das regiões em que estão presentes. Por exemplo, enquanto o Mar Báltico, com 10 gramas por litro de água, possui a menor salinidade entre os mares do nosso planeta, o Mar Morto contém, assustadores, 300 gramas de sal por litro!

Contudo, em uma média global, os mares apresentam uma salinidade entre 30g a 35g de sal por litro de água. Essa variação ocorre devido à disponibilidade de água doce, seja por rios, regiões chuvosas e até em decorrência de enchentes, que acabam “diluindo” a água salgada, diminuindo as taxas de salinidade.

A água do Mar Morto é tão densa, que seria quase impossível alguém afundar para as profundezas.A água do Mar Morto é tão densa, que seria quase impossível alguém afundar para as profundezas.Fonte:  Getty Images 

Essa variação para mais ou para menos pode ser igualmente prejudicial para o clima terrestre. Nosso mundo vive é um grande sistema interconectado que depende do bom funcionamento de todos os componentes para se manter ativo.

Nessa perspectiva, estudos tem apontado que o aumento da salinidade dos oceanos tem contribuído para o avanço do aquecimento global, devido à mudança nas propriedades físico-químicas da água, rebaixando se ponto de fusão.

A água pura congela em uma temperatura de 0° Celsius, mas quando lhe é adicionado sal, ela precisa de mais frio para atingir o mesmo estado. Assim, a água do mar, dentro dos parâmetros habituais de salinidade, congela em temperaturas de -1,8º Celsius.

Mas além do ponto de fusão ser rebaixado, o processo de congelamento é mais lento.Mas além do ponto de fusão ser rebaixado, o processo de congelamento é mais lento.Fonte:  Getty Images 

Desse modo, quando as concentrações de sal estão muito altas, para se atingir o congelamento dessas massas de água, é necessária uma temperatura ainda mais baixa. Essa mudança de estado também fica lentificada, dificultando ainda mais a formação de gelo.

A capacidade do nosso planeta em formar gelo é essencial para que o clima de mantenha estável. São essas massas congeladas que contribuem para a manutenção da taxa de reflexão do calor no nosso planeta, resfriando a superfície terrestre.

Em uma breve explicação, o Sol irradia calor em nossa direção, boa parte dessa radiação é retida pela nossa atmosfera, mas temos esses reguladores, como o gelo, por exemplo, que refletem atmosfera à fora parte desse “calor” fornecido pelo Sol.

Essa taxa de reflexão de calor é chamada de Albedo. O Albedo da Terra é de aproximadamente 0,3.Essa taxa de reflexão de calor é chamada de Albedo. O Albedo da Terra é de aproximadamente 0,3.Fonte:  Getty Images 

Se a salinidade dos oceanos aumenta, a capacidade de gerar gelo, ou manter o gelo já existente cai, consequentemente, a temperatura aumenta, causando desequilíbrio não apenas no clima da Terra, como também na vida marinha e ecossistemas adjacentes.

Uma vida salgada

Deixar as coisas menos frias é apenas uma das consequências. A vida nos oceanos, estuários, manguezais e outros ecossistemas adjacentes dependem da salinidade para se alimentar, viver e reproduzir.

Pequenas variações podem até ser bem toleradas por algumas espécies, no entanto, corais, por exemplo, são extremamente sensíveis a mudanças de temperatura.

O branqueamento de corais ocorre por conta da baixa tolerância dos corais em relação ao aumento da temperatura dos oceanos, que causa sua morte.O branqueamento de corais ocorre por conta da baixa tolerância dos corais em relação ao aumento da temperatura dos oceanos, que causa sua morte.Fonte:  Getty Images 

Com oceanos mais salgados, alguns animais podem desaparecer ou migrar de regiões. O desaparecimento dos animais pode gerar impactos não apenas para predadores marinhos, mas também para os seres humanos, impactando nas práticas de pesca e coleta de frutos-do-mar.

Mas não para por aí, a salinidade também pode alterar a velocidade e a trajetória de correntes marítimas. O sal deixa a água mais densa, assim, ela tende a “afundar”, quando águas com menor concentração salina sobem.

As correntes oceânicas auxiliam na regulação da temperatura dos mares, assim como transporta nutrientes.As correntes oceânicas auxiliam na regulação da temperatura dos mares, assim como transporta nutrientes.Fonte:  Getty Images 

Essa troca de densidade pode alterar a velocidade da corrente, mudando também sua dinâmica de trajetória, o que pode ocasionar no “corte” de suprimentos nutricionais e na regulação da temperatura dos oceanos.

Por tanto, o aumento da salinidade dos oceanos não é apenas uma curiosidade, mas um fenômeno com impacto profundo no clima terrestre e na vida que aqui habita.

Quer saber mais sobre os oceanos, o clima da Terra e impactos na vida humana? Então, entenda porque, a zona de subducção que pode formar um ‘Anel de Fogo’ e engolir o oceano atlântico. Até mais!

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