Com enchentes no RS, entra água no Campeonato Brasileiro – 07/05/2024 – O Mundo É uma Bola – EERBONUS
TESTE DO NOVO ANUNCIO

Com enchentes no RS, entra água no Campeonato Brasileiro – 07/05/2024 – O Mundo É uma Bola

São dias de cenas impressionantes no Rio Grande do Sul, que vive o caos provocado pela crise climática que atingiu e ainda atinge em cheio o estado mais meridional do Brasil.

As chuvas intensas e constantes resultaram na morte de dezenas de pessoas e deixaram centenas desalojadas ou desabrigadas. Há outras muitas desaparecidas, o que tende a aumentar o saldo de óbitos –eram 90 quando eu redigia este texto.

Imagens mostram cidades em cenário trágico, com as águas inundando casas, estabelecimentos comerciais, espaços públicos.

E também instalações esportivas. Em Porto Alegre (o “alegre” hoje perde o sentido), nos estádios de Grêmio e Internacional, os maiores times gaúchos, não se via grama, mas lama.

Renato Portaluppi, o Renato Gaúcho, técnico do Grêmio, teve de ser, de acordo com relato de sua filha Carol, resgatado de uma área de risco.

A tragédia, afora o drama humano, que é insuperável, afeta o Campeonato Brasileiro. Também está, conforme a expressão popular, entrando água nele, e é necessário pensar o que fazer para não malograr de vez.

É lógico e óbvio que, na atual situação, o futebol torna-se secundário, marginal, até porque impraticável no RS, que conta com três clubes entre os 20 da Série A do Brasileiro –além de Grêmio e Inter, o Juventude (de Caxias do Sul).

Treinos estão inviabilizados, não há como viajar para outras praças, já que o aeroporto da capital está inoperante e as estradas, intransitáveis, o que tornou compulsório o adiamento dos jogos das três equipes na quinta rodada do Brasileiro.

Nesta segunda-feira (6), o trio de clubes solicitou que suas partidas sejam suspensas pelas próximas três semanas, ou seja, pelo restante do mês de maio. Seria o tempo necessário para, caso as chuvas cessem, a reorganização da estrutura e o reinício das atividades.

Se isso ocorrer, Grêmio, Inter e Juventude deixariam de ir a campo, cada um, em três rodadas do Brasileiro, afora os compromissos em outras competições –Libertadores (Grêmio), Sul-Americana (Inter) e Copa do Brasil (os três).

A não realização dessa série de partidas causará transtornos esportivos.

Reduzindo a problemática ao Brasileiro para simplificar a gravidade do quadro, no começo de junho haverá, ao se olhar para a classificação do campeonato, clubes com oito jogos realizados; outros, como os gaúchos, com a metade (quatro); e o restante, uns com cinco, uns com seis, uns com sete partidas.

Uma bagunça que causará enorme dificuldade para o interessado na competição identificar como está a corrida pelo título, a busca por vaga em torneio sul-americano, a luta contra o rebaixamento.

Isso só se tornaria claro novamente quando as partidas atrasadas fossem todas disputadas, deixando os 20 times –ou ao menos a ampla maioria– com o mesmo número de jogos.

Porém o calendário dificilmente permitirá esse ajuste. As datas de meio de semana são destinadas a Copa do Brasil, Libertadores e Sul-Americana, e o próprio Brasileiro reserva quartas e quintas para realizar várias rodadas.

Com um agravante: será necessário encontrar datas para a realização dos confrontos adiados dos gaúchos em Sul-Americana e Libertadores (diante de equipes estrangeiras) e Copa do Brasil (Internacional e Juventude, aliás, duelam na fase atual).

Na minha perspectiva, não há como encaixar a reposição desses jogos do Brasileiro até a 38ª e última rodada, no começo de dezembro, atuando duas vezes por semana.

A não ser que as equipes com jogos devedores, em especial as do RS, sejam rapidamente eliminadas de outros torneios. Aí talvez os encaixes, a partir da metade de julho, sejam viáveis.

A melhor fórmula para tentar resolver esse imbróglio que se apresenta iminente é a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) paralisar o Brasileiro até que Grêmio, Inter e Juventude estejam aptos a competir. Ninguém joga.

Essa medida evitaria grandes distorções na classificação, e os finais de semana poderiam ser utilizados para adiantar a Copa do Brasil (torneio eliminatório), “abrindo” datas que seriam dela nos meses à frente.

E, se necessário for, o Brasileiro pode ser esticado durante o restante do mês de dezembro.

Não é o ideal, pois qualquer modificação no calendário afeta o da temporada seguinte. Porém, em um panorama de emergência, de calamidade pública, parece o mais sensato a ser feito.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

FONTE

Deixe um comentário