Com a Argentina, Messi é aos 37 anos uma criança buliçosa – 18/10/2024 – O Mundo É uma Bola – EERBONUS
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Com a Argentina, Messi é aos 37 anos uma criança buliçosa – 18/10/2024 – O Mundo É uma Bola

Veteraníssimo aos 37 anos, Lionel Messi, o melhor futebolista que vi no meu tempo (não tive o privilégio de acompanhar a carreira de Pelé), é só sorrisos com a seleção de seu país.

Jogador do Inter Miami, o capitão argentino dá a cada jogo que passa com o uniforme alviceleste mais indicativos de que prosseguirá com a equipe até a Copa do Mundo de 2026, que será realizada nos EUA, no México e no Canadá.

A conquista da Copa de 2022, no Qatar, injetou novo ânimo na Pulga (apelido do craque). Defendendo a Argentina, Messi, com seu 1,70 m, agiganta-se.

Mais uma prova foi vista nesta semana, quando, sob seu comando, os argentinos atropelaram a Bolívia (6 a 0) no Monumental de Núñez, a casa do River Plate, em Buenos Aires, pelas Eliminatórias do próximo Mundial.

O estádio, que pode abrigar mais de 84 mil torcedores, estava cheio, e quem lá esteve pôde presenciar uma atuação de gala, magistral, do camisa 10.

Messi marcou três gols (um no primeiro tempo, dois no segundo) e deu duas assistências, para os tentos de Lautaro Martínez (deixou o companheiro com o gol aberto, sem nem goleiro pela frente) e Julián Alvarez.

Foi sua melhor performance em números, em um jogo válido por competição, nos mais de 18 anos de serviços prestados à seleção principal da Argentina. Superior, só os cinco gols em um 5 a 0, amistoso contra a Estônia na Espanha, em junho de 2022.

Pode argumentar o leitor que a Bolívia não é uma potência. Não é. Mas está à frente de Venezuela, Peru e Chile nas Eliminatórias, ganhou quatro de dez partidas no qualificatório, e hoje disputaria na repescagem uma vaga na Copa de 2026.

E o meu argumento para valorizar o desempenho de Messi é que qualquer um, diante desse adversário, tem a oportunidade de fazer três gols e dar duas assistências. Mas quem fez? Só ele.

O que surpreende e empolga é que Messi jogou como jogou apenas um mês depois de voltar aos campos. Teve uma lesão no tornozelo que o afastou das partidas por dois meses.

Ou seja, mesmo aos 37 anos, seu corpo ainda parece em condições de se recuperar bem de determinadas contusões. Não havia resquícios, não havia limitações, não havia cansaço –Messi atuou do começo ao fim da partida na capital argentina.

Nome gritado em uníssono pelos torcedores, visivelmente satisfeito (consigo e com o time), declarou depois do jogo que a seleção o rejuvenesce e o faz buliçoso –uma mistura de intrépido com peralta, em comportamento de menino.

“Gosto disso, estou feliz de estar com meus colegas. Apesar da minha idade, quando estou aqui parece que volto a ser criança, faço travessuras, pois me sinto à vontade”, afirmou.

Travessuras, entendo, no sentido de se divertir com o momento. Arriscar sem restrições uma finta desconcertante, meter a bola entre as pernas do marcador, dar um “drible da vaca”. Ser lúdico sendo lúcido –e com eficiência.

“Enquanto eu mantiver esse sentimento [de conforto e de felicidade] e puder continuar contribuindo com a seleção, pretendo estar aqui”, concluiu o artilheiro destas Eliminatórias, com seis gols.

Que esteja, mesmo, até 2026. Os argentinos, que o ovacionaram e aplaudiram no Monumental, querem. Eu, fã incondicional, quero. E você, se ama o futebol, também quer.


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