Um dos dois maiores clubes da Ucrânia, o Shakhtar Donetsk repassará um terço do valor da venda ao Chelsea do atacante Mykhailo Mudryk para uso na Guerra da Ucrânia, que envolve a Rússia e questões separatistas.
A negociação do atleta de 22 anos com a equipe inglesa é a maior da história envolvendo um time do Leste Europeu, US$ 76 milhões (R$ 389 milhões), e figura entre as 40 mais caras do futebol.
Desse montante, o Shakhtar decidiu doar US$ 25 milhões para a Ucrânia empregar na guerra contra a Rússia, que está perto de completar 11 meses –os russos invadiram o país vizinho no dia 24 de fevereiro de 2022.
O dinheiro irá para o projeto Coração de Azovstal, destinado a ajudar famílias de soldados ucranianos mortos ou incapacitados no campo de batalha.
“O dinheiro será usado para cobrir diferentes necessidades: tratamento médico e protético, apoio psicológico, solicitações específicas”, disse em comunicado o presidente do Shakhtar, Rinat Akhmetov.
“Para garantir a transparência, o projeto contará com uma equipe profissional independente que estará em contato com os defensores do Azovstal, suas famílias e voluntários”, concluiu o texto.
Azovstal, um dos maiores complexos industriais da Europa e localizado no leste da Ucrânia, tornou-se na guerra local de refúgio e defesa contra bombardeios do Exército russo.
Akhmetov afirmou ter a intenção de que o Shakhtar possa disputar, assim que possível, um amistoso contra o Chelsea, que de 2003 a 2022 teve como dono um russo, o bilionário Roman Abramovich.
“Infelizmente, é impossível agora, já que a Ucrânia está lutando uma guerra horrenda e injusta travada contra nós pela Federação Russa”, disse o presidente do clube.
“Mas estou confiante de que vamos vencer [a guerra]. E vamos jogar um amistoso contra o Chelsea na Donbass Arena em uma Donetsk ucraniana.”
Desde a metade de 2014, o Shakhtar não joga nesse estádio por motivo de segurança, já que a cidade tem sido uma área conflituosa –foi anexada pelo governo Putin em setembro do ano passado.
O clube, 13 vezes campeão nacional (atrás apenas do Dínamo de Kiev, 16 vezes), passou a mandar seus jogos em Lviv, depois Kharkiv, depois Kiev, a capital da Ucrânia. Na Liga dos Campeões da Europa, atuou na Polônia.
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