Eis uma cena que se tornou cada dia mais comum nos estádios de futebol, seja no Brasil, seja no exterior.
Torcedores, boa parte das vezes mirins, erguem durante as partidas cartazes com dizeres similares a este: “Fulano, você é meu ídolo, pode me dar sua camisa?”.
Quase nunca, acontece: o atleta alvo do pedido fica sabendo da solicitação (talvez a tenha visto, talvez alguém o tenha avisado), vai até o local em que o fã está e lhe entrega a vestimenta.
Agradecido, o presenteado explode de alegria, seja com um sorriso, seja com lágrimas.
É bonito, comovente, marcante para esse fã que recebeu o mimo. À sua volta, porém, outros “pedintes” se veem decepcionados por não terem sido eleitos pelo ídolo.
“Por que não eu?”, questionarão os preteridos.
Na Dinamarca, um clube decidiu que a frustração do torcedor só ocorrerá daqui em diante no caso de o time falhar em ganhar a partida, não mais porque ficou de mãos vazias, ou melhor, ocupadas, ainda e somente, com um cartaz contendo uma petição não concedida.
O Copenhague FC, equipe situada na capital do país, maior ganhador do campeonato nacional (15 títulos), resolveu banir do espaço reservado a sua torcida os pedidos por escrito de camisas aos futebolistas.
Por meio de um comunicado publicado em seu site, a equipe solicita aos fãs que a partir da temporada 2023/2024, a prática seja descontinuada.
“A decisão decorre do fato de não ser possível aos jogadores ou ao clube satisfazerem os pedidos, desiludindo muitas crianças que vêm com a esperança de conseguir uma camisa.”
“O número de cartazes aumentou significativamente nas últimas temporadas, e infelizmente há muitas crianças que têm uma experiência ruim.”
“Os jogadores são colocados em uma posição difícil porque não conseguem realizar o desejo, passando a ser vistos negativamente porque têm de dizer não.”
“Esperamos compreensão. Entendemos que muitas pessoas querem a camisa de um jogador, e ainda é permitido que eles escolham dá-la aos torcedores, mas sem que haja os cartazes.”
Com essa decisão, o Copenhague, atual bicampeão do Dinamarquês e que tem média de 27 mil torcedores por partida em sua arena, segue o que foi feito anteriormente pelo holandês Ajax e pelo tcheco Slavia Praga, que também introduziram a norma “anticartaz por camisa” para seus apoiadores.
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