Material foi danificado após uma erupção vulcânica na antiga cidade de Herculano, na Itália. Os pesquisadores puderam decifrar o conteúdo usando a tecnologia e venceram o Desafio Vesúvio 2023. Escritos traziam reflexões sobre música, alimentação e prazeres da vida. Cientistas usam inteligência artificial para ler pergaminhos carbonizados há cerca de 2 mil anos.
Divulgação/Vesuvius Challenge
Os jovens cientistas Youssef Nader, Luke Farritor e Julian Schilliger foram premiados no Desafio Vesúvio após usarem inteligência artificial (IA) para decifrar passagens de pergaminhos de Herculano carbonizados há cerca de 2 mil anos.
O Desafio Vesúvio (ou Vesuvius Challenge) foi criado em 2023 para promover estudos e descobertas sobre registros nos pergaminhos de Herculano.
Segundo a agência Deutsche Welle (DW), esses materiais estavam em uma biblioteca na antiga cidade de Herculano, na Itália, e foram danificados após uma erupção vulcânica.
Armazenados hoje na biblioteca em Nápoles, também na Itália, os cerca de 800 pergaminhos queimados não podem ser abertos, pois existe o risco de quebrá-los.
IA conseguiu decifrar materiais
Em meados de 1800, eles foram encontrados por um fazendeiro local. Durante muito tempo, várias pessoas tentaram decifrar esses rolos de papiros, mas sem sucesso.
Os três cientistas explicaram que usaram tomografia computadorizada para escanear o papiro, achatando o material para detectar tinta na página com o auxílio de IA e modelos de aprendizado de máquina.
A tecnologia utilizada, porém, não foi treinada para identificar letras do grego antigo. Mas coletando os registros capturados pela tomografia computadorizada, a IA combinou cada mancha e reconstruiu as letras, gerando as escritas, segundo a DW.
Pergaminhos
Divulgação/Vesuvius Challenge
Segundo o Desafio Vesúvio, até o momento, foi possível desenrolar e ler cerca de 5% do primeiro pergaminho. “Nossa equipe trabalhou arduamente e conseguiu uma transcrição preliminar de todas as colunas reveladas”, revelou.
As primeiras análises revelam que os pergaminhos traziam reflexões sobre música, alimentação e prazeres da vida.
“É muito gratificante saber que essas coisas estão disponíveis e que agora temos um mecanismo para lê-las e que isso criará todo um campo de estudo e análise para os classicistas”, disse Brent Seales, professor de ciência da computação e cocriador do Desafio Vesúvio, em entrevista à CNN americana.
“Em 2024, nosso objetivo é passar de 5% de um pergaminho para 90% de todos os quatro pergaminhos que digitalizamos e estabelecer as bases para ler todos os 800”, disse o Desafio Vesúvio em comunicado.
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