O Exército de Libertação Popular (ELP), como são chamadas as forças armadas da China, iniciou na manhã desta quinta-feira (23), noite no Brasil, um exercício militar conjunto de dois dias no entorno de Taiwan. Um mapa da operação foi publicado em suas contas nas plataformas chinesas WeChat e Weibo e reproduzido pelo canal de notícias CGTN, em cobertura ao vivo.
Nas postagens, o porta-voz Li Xi descreveu a operação como “uma forte punição pelos atos separatistas das forças de ‘independência de Taiwan’ e um severo aviso contra interferências e provocações de forças externas”. Refere-se, respectivamente, ao discurso de posse do novo líder taiwanês, Lai Ching-te, e às manifestações de governos dos EUA e Japão, que foram questionadas por Pequim.
Iniciados às 7h45, os exercícios acontecem no estreito de Taiwan e a norte, sul e leste da ilha, abrangendo ainda as ilhas menores de Kinmen, Matsu, Wuqiu e Dongyin, mais próximas do continente. Envolvem exército, marinha, aeronáutica e a força de foguetes do Comando do Teatro Oriental do ELP.
O porta-voz descreveu, entre as ações, o combate marítimo-aéreo, a apreensão do campo de batalha e ataques conjuntos de precisão a alvos-chave. Envolvem também “a patrulha de navios e aviões se aproximando de áreas ao redor da ilha de Taiwan e operações integradas dentro e fora da cadeia de ilhas”.
Segundo a agência taiwanesa de notícias CNA, o porta-voz de Lai, Guo Yahui, lamentou em Taipé a “provocação militar unilateral da China, ameaçando a democracia e a liberdade de Taiwan e a paz e estabilidade regionais”.
Acrescentou que as forças taiwanesas “continuarão a defender a democracia diante das ameaças externas e têm a capacidade de proteger a segurança nacional”. Em nota separada, o ministério taiwanês de defesa classificou os exercícios como “deploráveis” e uma “provocação irracional”.