Nesta segunda-feira, em Bamako, no Mali, os funcionários da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização no Mali, Minusma, realizaram uma cerimônia para marcar a conclusão do trabalho no país após 10 anos de serviço ao povo maliano.
Mais de 10 mil trabalhadores de manutenção da paz, de um total de 13.871, já deixaram o Mali. A parte restante sairá até o final de dezembro, exceto os envolvidos no processo de liquidação, que começará em 2024, em 1º de janeiro.
Proteção de civis
Falando no evento, o representante especial do secretário-geral e chefe da Missão, El Ghassim Wane, agradeceu aos milhares de soldados de paz que atuaram no passads e presente pela “coragem e comprometimento” em serviço.
Ele expressou gratidão pelo apoio internacional fornecido ao longo da vida da missão, incluindo muitos parceiros operacionais e Estados-membros que contribuíram com tropas e forças policiais ao longo dos anos.
Ao reconhecer os obstáculos enfrentados pela missão e suas limitações, Wane destacou alguns de seus sucessos, incluindo o apoio ao acordo de paz e reconciliação de 2015 e a garantia do respeito ao cessar-fogo.
Também enfatizou o papel da missão de paz na proteção de civis de grupos extremistas violentos na parte norte do país.
Ele também mencionou o trabalho para facilitar o retorno da autoridade estatal no centro do Mali, reabilitando infraestruturas para fornecer serviços básicos e meios de subsistência para comunidades, além do apoio para capacitar as forças de segurança nacional.
Trabalho da ONU
O subsecretário-geral de Apoio Operacional, Atul Khare, agradeceu ao povo maliano e também prestou homenagem aos 311 funcionários de manutenção da paz morrem em serviço, incluindo 174 que foram vítimas em atos hostis.
A Minusma fechou 10 bases, incluindo seu acampamento em Mopti, que foi transferido para as autoridades malianas na sexta-feira.
Atuação no país
Durante sua presença nas regiões centrais, a Minusma tornou a proteção de civis uma prioridade, tanto por meio da realização regular de patrulhas quanto pelo estabelecimento de bases operacionais temporárias.
A partir de 2020, estes locais ajudaram a garantir a segurança das populações vivendo em Ogossagou e áreas circundantes e lançaram as bases para uma reconciliação duradoura entre as comunidades envolvidas.
A missão também investiu consideravelmente na proteção de infraestruturas, como pontes localizadas ao longo do eixo Sévaré-Bandiagara, essenciais para a atividade econômica e a preservação dos meios de subsistência das comunidades locais, e no apoio à restauração da autoridade estatal.
A ONU revelou que também foi dada ênfase à capacitação de atores estatais, sejam administrações descentralizadas ou autoridades locais, e da sociedade civil.
A missão organizou uma série de workshops de treinamento em diversos campos, incluindo direitos humanos, justiça, gestão administrativa e muitos outros.