Campeão da Copa, Messi se torna maior que Maradona – 18/12/2022 – O Mundo É uma Bola – EERBONUS
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Campeão da Copa, Messi se torna maior que Maradona – 18/12/2022 – O Mundo É uma Bola

Messi é maior que Maradona. Pensei que jamais escreveria isso, mas a hora chegou.

Na estatura, 1,70 m x 1,65 m, já era, mas não é desse maior que eu falo, e sim de outro: o maior jogador de futebol da história da Argentina. Maior como sinônimo de melhor.

Nas conquistas de títulos por clubes, Lionel desbancou Diego faz tempo, colecionando quatro Champions League e três Mundiais, para mencionar somente os títulos mais relevantes, todos pelo Barcelona.

Gols, Messi tem mais de 750, na soma dos marcados por clubes e pela seleção; Maradona, um terço disso. Dribles, o arsenal da “Pulga” se equivale ao do “Pibe de Oro”. Donos, os dois, das possivelmente melhores pernas canhotas que já conduziram a bola.

Para a nova geração, para aqueles que puderam (e podem) acompanhar Messi jogar mas que não viram Maradona, nem haveria dúvida. Como alguém, e não só Diego, mas qualquer um, pode ser considerado maior/melhor que Lionel?

Justamente por isso, porque não viram as maravilhas que “El Diez” nos proporcionava. As arrancadas (que Messi também dá), as assistências (que Messi também dá), a raça…

Messi sempre foi econômico na raça, e a raça de Maradona era transbordante, transparecia jogo a jogo em todas as suas feições. Era arrepiante e era contagiante.

E teve a Copa do Mundo de 1986, no México. A Copa de Maradona. Cinco gols e cinco assistências na campanha invicta, que culminou com a vitória na final sobre a Alemanha.

Eu tinha 13 anos e torci para a Argentina naquela decisão. Não por ser a Argentina, mas por ela ter Maradona, o craque maior da época, o jogador que derrubou a Inglaterra (nas quartas de final) e depois a Bélgica (na semifinal).

Maradona fez dois gols em cada um desses jogos, os mais memoráveis diante dos ingleses, um partindo do próprio campo, o outro –o mais famoso das 22 Copas– “com a mão de Deus”.

Na decisão, cercado por três alemães no meio-campo do estádio Azteca, o capitão do time enfiou bola perfeita para Burruchaga marcar o gol do título.

Maradona ergueu a Taça Fifa, chegou ao Olimpo do futebol. Ídolo eterno, teve até igreja fundada em sua homenagem na Argentina. Virou deus.

Neste século, pouco mais de uma década depois de Maradona ter parado de jogar, surgiu Messi. Um fenômeno que conquistaria sete vezes a Bola de Ouro, prêmio dado anualmente ao melhor jogador do mundo.

E que falharia tentativa após tentativa em triunfar com a seleção de seu país. Copa do Mundo após Copa do Mundo (2006, 2010, 2014, 2018), o título não vinha. No Brasil, em 2014, trave, com o vice-campeonato.

Por mais que se gostasse de Messi, por mais que se admirasse Messi, por mais que se idolatrasse Messi, qualquer comparação com Maradona parava obrigatoriamente na Copa do Mundo. Um tinha uma, o outro tinha zero.

Nem Copa América, o torneio continental, Messi conseguia ganhar, falhando em 2007, 2011, 2015, 2016 e 2019. Não só ele, a Argentina junto. Parecia haver alguma coisa, uma força estranha, que impedia o sucesso.

Maradona parou de jogar pela seleção em 1994. A Argentina ganhara a Copa América de 1993. Depois disso, só encerrou o longo jejum na edição de 2021, com Messi e companhia enfim celebrando.

Pouco mais de um ano depois, veio a Copa do Qatar. Argentina campeã, Messi jogando “como Maradona”, com gols, assistências, lindas jogadas, liderança e… raça.

Maradona morreu em 2020. Pode ser mera coincidência, mas só depois que ele se foi é que Messi triunfou, como se fosse necessário esperar a partida do compatriota para poder chegar até onde ele chegou.

Entre esses dois gênios do futebol, a diferença em campo era a Copa do Mundo. Não é mais. No futebol, Messi é maior que Maradona.


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