As autoridades intensificaram nesta sexta-feira (24) a busca por três jornalistas supostamente sequestrados por homens armados no sul do México, que grupos de liberdade de imprensa consideram um dos países mais perigosos do mundo para os repórteres.
A Procuradoria-Geral do Estado de Guerrero disse na quinta-feira (23) que estava investigando o desaparecimento de cinco pessoas na cidade turística de Taxco, entre elas os jornalistas Marco Toledo, Silvia Arce e Alberto Sanchez.
Carlos Monge, chefe de comunicação da Procuradoria-Geral da República, disse que as buscas serão reforçadas com a participação do Ministério Público estadual, da comissão estadual de buscas, da polícia estadual, da Guarda Nacional e do Exército.
O grupo internacional de liberdade de expressão Artigo 19 informou na quinta-feira que, segundo depoimentos de testemunhas, cinco homens armados entraram na casa de Toledo, o diretor do semanário El Espectador de Taxco, e o levaram, junto com sua mulher e o filho.
“Pelo menos duas testemunhas disseram à organização que o jornalista tinha sido vítima de ameaças e assédio em anos anteriores”, afirmou a Article 19 num comunicado, observando que Toledo fazia reportagens sobre política e segurança.
Arce e Sanchez, casal que lidera a plataforma digital RedSiete, foram sequestrados na quarta-feira (22) por homens armados que entraram nos escritórios centrais da agência Taxco, segundo depoimentos recolhidos pela Artigo 19.
A irmã de Arce publicou um vídeo nas redes sociais na quinta, pedindo ajuda para divulgar o caso.
“Quero minha irmã de volta, quero meu cunhado de volta”, afirmou ela. “Meus sobrinhos, de três e cinco anos, e minha sobrinha, de treze anos, precisam deles.”
O sumiço se soma ao assassinato de um fotojornalista, em Ciudad Juárez, enquanto ele trabalhava como motorista de aplicativo.
Ismael Villagomez, fotógrafo do jornal El Heraldo de Jurez, foi baleado e morto em seu veículo na violenta cidade fronteiriça por volta de 1h30, segundo as autoridades locais.
Os investigadores, contudo, afirmaram que não foram capazes de estabelecer imediatamente se o assassinato estava relacionado com a sua profissão.
A InDrive, plataforma para a qual ele dirigia, informou que estava atendendo aos pedidos das autoridades como parte da investigação e que três suspeitos foram presos.
O México está entre os países mais mortais do mundo para profissionais de imprensa, com cinco jornalistas mortos até agora este ano, de acordo com a Artigo 19.
O ano passado foi o mais letal desde que o grupo iniciou os registros em 2000, com 13 jornalistas assassinados.