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Ataques deixam dezenas de mortos na Ucrânia e atingem hospital infantil

Diversas cidades ucranianas foram alvos de mísseis disparados pelas forças russas nesta segunda-feira. De acordo com os trabalhadores humanitários da ONU, dezenas de pessoas foram mortas e um hospital infantil foi atingido.

Condenando os ataques diurnos, a coordenadora de ajuda da ONU na Ucrânia, Denise Brown, disse que entre as áreas atingidas está a capital, Kyiv. Segundo agências de notícias, pelo menos 29 civis foram mortos.

UNOCHA/Viktoriia Andriievska

Operações de resgate no local do ataque da manhã na capital da Ucrânia, Kiev.

Greve e inconcebível

O porta-voz da ONU no país, Saviano Abreu, falou à ONU News de Kyiv e destacou os impactos dos últimos ataques.

“Foi uma manhã terrível aqui na Ucrânia. Uma vez mais, infelizmente, uma onda de ataques em várias cidades aqui do país deixou um rastro terrível de destruição, de morte e de tristeza. […] O pior são as imagens terríveis, as piores que a gente viu, foi um hospital para crianças que foi atingido aqui em Kyiv. Crianças que estavam recebendo tratamento ficaram no meio da rua, os médicos tentando tirar essas crianças do meio e debaixo dos escombros.”

Ataques deixam dezenas de mortos na Ucrânia e atingem hospital infantil

Saviano adicionou que o país vem sofrendo com uma crise energética, com cortes cada vez mais longos. Ele ressaltou que a guerra deve acabar e que as violações contra o direito internacional humanitário seguem.

“Além disso, aqui na cidade de Kyiv e em várias partes do país temos a situação agora com a crise energética, que também está afetando todo o país. Temos cortes energéticos de dez, doze horas por dia e vocês podem imaginar a situação dos hospitais, casas, negócios. Nada funciona sem eletricidade. E essa é outra consequência da guerra. Então, o que acontece hoje na Ucrânia é um exemplo a mais das consequências da invasão da Rússia. E isso tem que acabar. O Direito Internacional humanitário protege os civis e isso não está sendo respeitado.”

Consequências do ataque matinal na capital da Ucrânia, Kyiv, quando um hospital infantil foi atingido.

UNOCHA/Viktoriia Andriievska

Consequências do ataque matinal na capital da Ucrânia, Kyiv, quando um hospital infantil foi atingido.

Mais de 20 mortos

Denise Brown relatou que os ataques desta segunda-feira aconteceram exatamente “quando as pessoas estavam começando o dia”. Além de reforçar que dezenas de pessoas foram vítimas dos ataques e destacar os danos ao hospital infantil no centro de Kyiv, ela afirmou que é inconcebível que crianças sejam mortas e feridas.

Brown adicionou que de acordo com a lei humanitária internacional, as instalações de saúde têm proteção especial e ressaltou que os civis devem ser protegidos. Esse ataque segue um alerta dos monitores do escritório de direitos humanos da ONU de que maio teve o maior número de vítimas civis causadas por ataques russos em quase um ano.

Além das 29 pessoas mortas nos ataques de segunda-feira, a imprensa internacional afirmou que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reportou que mais de 40 mísseis foram disparados.

O Hospital Infantil Ohmatdyt, em Kyiv, e outras infraestruturas públicas também foram danificadas, juntamente com edifícios comerciais e residenciais em cidades como Dnipro, Kramatorsk, Kryviy Rih, Kyi e Pokrovsk.

Vítimas do conflito

De acordo com o relatório da Missão de Monitoramento dos Direitos Humanos da ONU na Ucrânia, entre 1º de março e 31 de maio, pelo menos 436 civis foram mortos e outros 1.760 ficaram feridos.

As vítimas incluíram seis profissionais da mídia, 26 funcionários da área de saúde, cinco trabalhadores humanitários e 28 trabalhadores de serviços de emergência.

O relatório da ONU acrescentou que 91% das vítimas estavam em território controlado pela Ucrânia e 9% em território ocupado pela Rússia.

No mesmo período do relatório, as autoridades russas informaram que 91 civis foram mortos e 455 ficaram feridos na Rússia devido a ataques lançados pelas forças armadas ucranianas, principalmente nas regiões de Belgorod, Briansk e Kursk.

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