Aquecimento acelerado do Ártico revela gravidade da crise climática – EERBONUS
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Aquecimento acelerado do Ártico revela gravidade da crise climática

O Ártico está esquentando mais rápido do que qualquer outra parte do planeta. A informação foi divulgada nesta terça-feira pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, Noaa, em seu relatório anual sobre o polo norte. 

O estudo, usado como referência pela Organização Meteorológica Mundial, OMM, documenta novas evidências de que o aquecimento do ar, oceano e terra está afetando pessoas, ecossistemas e comunidades em todo o Ártico.

Derretimento e incêndios florestais

No geral, 2023 foi o sexto ano mais quente já registrado na região e as temperaturas do ar na superfície durante o verão foram as mais quentes já vistas. A extensão do gelo marinho continuou diminuindo, atingindo a maior baixa histórica em 17 de setembro.

O calor incomum na Groenlândia contribuiu para uma área acumulada de dias de derretimento se aproximando do recorde histórico.

O calor incomum no norte do Canadá coincidiu com precipitações abaixo do normal, contribuindo para uma temporada de incêndios florestais extremos e a fumaça resultante que afetou inclusive os Estados Unidos.

Climate Visuals Countdown/Turpin Samuel

Um pescador tenta evitar que sua rede de pesca seja arrastada por um iceberg no mar da Groenlândia

Aquecimento duas vezes mais rápido no Ártico

A “amplificação do Ártico” é um fenômeno amplamente reconhecido, no qual o aquecimento global causado pelo homem é maior nos polos, fazendo com que o Ártico se aqueça mais rapidamente do que o resto do globo. 

Múltiplos fatores aumentam o aquecimento em altas latitudes, mas o principal deles é que o aquecimento reduz a neve e o gelo, que de outra forma refletiriam a entrada de luz solar.

As temperaturas do Ártico aumentaram pelo menos duas vezes mais rápido do que as temperaturas globais desde o ano 2000. 

Os mares rasos ao redor das margens do Oceano Ártico aqueceram dramaticamente nas últimas quatro décadas. Em média, essas áreas aqueceram cerca de 2°C

Esse processo gera um ciclo onde o aumento das temperaturas do ar e da água encolhem a cobertura de gelo marinho, o que expõe mais o oceano à luz solar direta, o que impulsiona mais aquecimento.

Mudança no ecossistema

Lugares que antes eram cobertos de neve quase o ano todo estão descongelando no início da primavera. O inverno 2022-23 trouxe acumulações de neve acima da média para o Ártico, mas ela desapareceu muito mais rapidamente na primavera do que costumava ocorrer antes.

Embora a tundra, o bioma existente no Ártico, seja demasiado fria e seca para as árvores, é o lar de outras plantas que evoluíram para sobreviver aos invernos gelados e aos curtos períodos de crescimento. 

À medida que o Ártico aqueceu nas últimas décadas, os satélites documentaram a tundra se tornando significativamente “mais verde”.

O administrador da Noaa, Rick Spinrad, disse que “a mensagem primordial do boletim deste ano é que a hora de agir é agora”. 

Segundo ele, a agência está aumentando ações de apoio e colaboração com comunidades estaduais, tribais e locais para ajudar a construir resiliência climática.

O especialista também fez um apelo para que a comunidade global reduza drasticamente as emissões de gases de efeito estufa que estão impulsionando essas mudanças.

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