Angola aponta a cooperação como ferramenta que impulsiona a modernização de tecnologia da informação e comunicação.
Novas áreas de colaboração no setor marcam o diálogo com Estados integrantes da Comunidade de Desenvolvimento dos Países da África Austral, Sadc, da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, Cplp, e das Nações Unidas.
Brasil e Portugal
O país atualiza a infraestrutura, as práticas e os sistemas no setor tecnológicos para acompanhar tendências emergentes, incluindo uso da inteligência artificial, disse o ministro angolano das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social de Angola, Mário Augusto da Silva Oliveira.
“Temos aproveitado quase todos os fóruns internacionais para apresentarmos esse nosso projeto. Estamos muito bem no que toca à Sadc, a nossa região. Igualmente ao nível dos Países de Língua Oficial Portuguesa e relativamente à Cplp também temos relações com outros países que têm programas nucleares. Destaco Brasil e Portugal são países que têm programas espaciais robustos e maduros com os quais nós temos uma relação muito grande. Tudo isso foi possível porque o investimento muito forte na formação de quadros.”
O estágio da digitalização foi comentado em Nova Iorque em conversa com a ONU News à margem da semana de alto nível; da 79ª. Assembleia Geral.
Mário da Silva Oliveira disse que em eventos que juntam vários países, Angola tem destacado os projetos em execução nos últimos 25 anos de investimento. Estes envolvem iniciativas baseadas em inteligência artificial.
“De fibras óticas a satélites… nós estamos a trabalhar num satélite de observação da terra e que já há algum embrião nessa matéria usando outros recursos. Nisso entra a inteligência artificial, que têm sido utilizadas no programa espacial nacional, em plataformas de controle da exploração mineira, do controle agrícola e da gestão imobiliária nacional. Está a ajudar muito nas taxas de imposto predial urbano, na agricultura estamos presentes com sistemas de satélite e no controle fronteiriço usando tecnologias ligadas à inteligência artificial e à transmissão via satélite”.
Telefonia Móvel
O percurso de atualização tecnológica angolana é marcado pelo progresso de infraestrutura interna e em nível internacional. Na modernização e digitalização Angola envolve os que não foram alcançados por inovações nas telecomunicações.
“O Conecta é um projeto com o qual nós estamos a chegar com internet e comunicações nas zonas mais recônditas do país, onde nem sequer há telefonia móvel. Nós hoje em Angola temos uma cobertura em torno de 60% e 65% para uma franja da população que empresas de telefonia móvel ainda não estão presentes. Nós, com o sistema satélite Conecta, via Angosat2, estamos a fazer chegar a internet e a comunicação aonde nem sequer há telefonia móvel. Nós estamos a chegar a essas zonas”.
O compromisso com a inovação inclui melhorar o posicionamento angolano quando se trata de disseminar materiais desse setor para outros países, segundo o ministro.
“Nós hoje temos um mercado muito vasto ao nível de Sadc. Queremos levar para Angola os grandes fabricantes de rádios, de antenas, de torres de cabo de fibra ótica e de routers. Tudo isso para servir não só o mercado nacional, mas também o da nossa região.”
O ministro Mário da Silva Oliveira acompanhou em Nova Iorque a adoção do Pacto Digital Global por líderes globais durante a aprovação do Pacto para o Futuro e da Declaração sobre Gerações Futuras. O entendimento foi o primeiro quadro global abrangente para a cooperação digital.