Pelo menos 11 mil crianças foram mortas nos últimos 12 meses no conflito em Gaza. A Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, presume que o número exato tenha sido maior, porque muitas vítimas ainda estão enterradas nos escombros.
Cerca de 1,9 milhão de pessoas foram deslocadas e outras 41 mil foram mortas, segundo a especialista sênior para Comunicação da Unrwa. Em Genebra, Louise Wateridge apresentou a jornalistas “uma situação tão ruim quanto nunca” em Gaza.
Cessar-fogo imediato
Nas declarações feitas nesta terça-feira, Wateridge enfatizou que é preciso um cessar-fogo imediato, acompanhado do retorno dos reféns e da entrega segura e sustentada de ajuda para que famílias tenham a oportunidade de reconstruir suas vidas.
A agência das Nações Unidas revelou que o apelo humanitário para Gaza e a Cisjordânia obteve 49% do financiamento requerido para atuar este ano.
Horas antes das declarações foram divulgadas imagens captadas por satélites mostrando que 66% das estruturas na Faixa de Gaza sofreram danos durante o conflito, ou dois terços do total.
O Centro de Satélites das Nações Unidas, Unosat, avaliou os estragos causados aos edifícios num estudo realizado entre 3 e 6 setembro. O exame constatou que 163.778 das estruturas estão nessa situação.
A análise conclui que um total de 52.564 estruturas foram destruídas. Os estragos em 18.913 são considerados severos, cerca de 35.591 estariam parcialmente danificados e 56.710 foram afetados de forma moderada.
Transferência para receber cuidados médicos
Em evento separado, a Organização Mundial da Saúde, OMS, informou que foram transferidos oito pacientes, incluindo sete crianças, de Gaza, para receber cuidados médicos especializados na Romênia.
Na segunda-feira, o grupo viajou com 24 acompanhantes, sendo que metade dos pacientes sofrem de câncer e dois com doença sanguínea. Uma precisa de um transplante de rim e outra apresenta um ferimento grave.
A agência da ONU agradece à Romênia e a Uniao Europeia pela colaboração para garantir que esses pacientes recebam os cuidados de saúde de que precisam.
Passagem segura e oportuna
Em nota, a OMS “pede mais uma vez o estabelecimento de corredores de evacuação e que todas as rotas possíveis sejam usadas para a passagem segura e oportuna de todos os pacientes que precisam de cuidados especializados”.
A primeira evacuação médica realizada diretamente de Gaza foi a quinta operação da UE sob o Mecanismo de Proteção Civil, após a ativação do Mecanismo da OMS para a transferência de pacientes palestinos de Gaza para a Europa por razoes médicas.
O broco europeu realça que o transporte das vítimas para hospitais da capital romena, Bucareste, acontece na sequência do transporte de 45 pacientes gravemente doentes através do mesmo mecanismo para a Espanha, Bélgica e Itália.