As explosões sucessivas de dispositivos no Líbano que esta semana mataram 37 pessoas e deixaram mais de 3,4 mil feridos foram o tema em debate em sessão do Conselho de Segurança realizada nesta sexta-feira, em Nova Iorque.
A subsecretária-geral para Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, mencionou o total de vítimas alertando que foram atingidos casas, veículos, supermercados e ruas, segundo dados do Ministério da Saúde Pública libanês.
Espaço para a diplomacia
Para a chefe dos Assuntos Políticos, trata-se de uma “combustão que pode ofuscar até mesmo a devastação e o sofrimento testemunhados até agora”. Para ela, ainda “não é tarde demais para evitar tal loucura”.
DiCarlo diz haver ainda espaço para a diplomacia e que esta via seja usada sem demora quando profissionais de saúde e hospitais atuam 24 horas por dia para ajudar os feridos. Ela descreveu ainda uma sociedade libanesa “em profundo choque e pânico”.
DiCarlo informou que a posição do governo libanês foi denunciar com veemência o ataque “que atribuiu a Israel”. O primeiro-ministro interino Najib Mikati disse o ato “representou uma grave violação da soberania libanesa e um crime”.
Direito internacional humanitário
Na reunião urgente realizada na sequência de um pedido do Líbano, o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Turk citou que “o método de guerra pode ser novo e desconhecido, mas o direito internacional humanitário e os direitos humanos se aplicam independentemente e devem ser mantidos.”
O representante considera que acabar com a guerra em Gaza e evitar um conflito regional total é uma prioridade absoluta e urgente.
Turk pediu um cessar-fogo imediato e a garantia do acesso humanitário contínuo em toda a Faixa. O chefe de Direitos Humanos demandou ainda a libertação imediata e incondicional de todos os reféns mantidos em Gaza.
Para o alto comissário, a detenção arbitrária de milhares de palestinos por Israel deve acabar.