Após ataques em uma instalação da ONU, coordenador humanitário adjunto para o Território Palestino Ocupado, Thomas White, pediu o fim imediato da violência em locais de abrigo civil.
O número de mortos decorrentes dos combates na área do centro de treinamento da ONU em Khan Younis, no sul do país, nos últimos dias, aumentou para 13, com 75 feridos, incluindo 15 em estado crítico.
Cerco em hospitais
O representante da ONU condenou o ataque com dois mísseis ao local, que resultou em um incêndio. Para Tomas White, há uma “falha consistente em defender os princípios fundamentais da lei humanitária internacional: distinção, proporcionalidade e precauções na realização de ataques”.
Com os combates envolvendo as Forças de Defesa de Israel e grupos armados palestinos em torno de hospitais e abrigos em Khan Younis, ele alertou que os funcionários, pacientes e deslocados estão presos no local e as operações de salvamento estão impedidas.
Segundo White, várias missões para avaliar a situação foram negadas, acrescentando que na noite de quarta-feira “a ONU finalmente conseguiu chegar às áreas afetadas para tratar pacientes com traumas, levar suprimentos médicos e evacuar feridos para Rafah”.
No entanto, ele afirma que os combates perto dos poucos hospitais que continuam funcionando parcialmente no sul da cidade, incluindo o Complexo Médico Nasser e o Al Amal, deixam os pacientes “efetivamente cercados”.
Outro hospital é fechado
Em meio a relatos de que centenas de prédios foram demolidos em Gaza, White observou que o hospital Al Khair em Khan Younis havia fechado “depois que os pacientes, incluindo mulheres que haviam acabado de passar por cirurgias cesarianas, foram evacuados no meio da noite”.
Os desdobramentos acontecem na véspera da Corte Internacional de Justiça emitir um posicionamento provisório no caso da África do Sul contra Israel por suposto genocídio em Gaza.
Autoridades de saúde de Gaza informaram que pelo menos 25,7 mil pessoas foram mortas e mais de 63 mil ficaram feridas desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro passado, quando Israel lançou um bombardeio em resposta aos ataques liderados pelo Hamas às comunidades israelenses. Os atos deixaram cerca de 1,2 mil mortos e mais de 250 feitos reféns.