As preocupações sobre a potencial invasão terrestre da densamente povoada cidade de Rafah, no sul de Gaza, estão aumentando. Relatos de ataques aéreos na área e uma operação militar israelense dentro do complexo hospitalar de Nasser, em Khan Younis, maior unidade de saúde em funcionamento na região, aumentam os temores.
Os militares israelenses confirmaram na quinta-feira em uma rede social que as suas forças especiais conduziram o que chamaram de “operação precisa e limitada” dentro do hospital.
Hospital obstruído
Em uma declaração em sua rede social, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, disse estar alarmado com a situação cada vez mais terrível no local.
Tedros Ghebreyesus afirmou que “o acesso ao hospital continua obstruído” e que não há nenhum “corredor seguro” para quem precisa. De acordo com ele, duas missões da OMS foram negadas nos últimos quatro dias e a agência perdeu contato com o pessoal do hospital.
O mais recente informe do Escritório das Nações Unidas de Assuntos Humanitários, Ocha, destacou “movimentos populacionais”, com pessoas saindo de Rafah em direção a Deir al Balah e ao Campo de Refugiados An Nuseirat.
Situação terrível em Rafah
No início desta semana, o Programa Mundial de Alimentos, PMA, manifestou preocupação de que um maior deslocamento possa agravar a situação daqueles que procuram refúgio em Rafah.
O diretor nacional do PMA para a Palestina, Matthew Hollingworth, descreve as ruas de Rafah como “cheias de multidões de pessoas”, observando que cada espaço disponível na cidade se tornou um abrigo improvisado.
A cidade que fica na fronteira com o Egito é agora o lar de cerca de 1,5 milhões de habitantes de Gaza deslocados pelo conflito.
Hollingworth destacou o desespero no local, onde as pessoas lutam por apoio, combustível e sustento em meio a condições “úmidas, frias e miseráveis”.
Número de mortos aumenta
O Ministério da Saúde em Gaza relata um número de mortos de pelo menos 28.576 palestinos e 68.291 feridos desde 7 de outubro de 2023. Entre 13 e 14 de fevereiro, 103 palestinos foram mortos e 145 feridos.
As baixas militares israelenses chegaram a 230 soldados mortos e 1.352 feridos desde o início das operações terrestres, além de 1,2 mil israelenses e cidadãos estrangeiros mortos durante ataques a Israel, principalmente durante o massacre liderado pelo Hamas em 7 de outubro.
Cerca de 134 pessoas permanecem reféns em Gaza, segundo as autoridades israelenses.