O aliado e assessor de longa data de Alexei Navalni, Leonid Volkov, foi agredido com um martelo em Vilnius, capital da Lituânia, nesta terça-feira (12). Imagens de Volkov com hematomas no rosto e sangramento na perna foram compartilhadas no X e repostadas por Kira Iarmich, porta-voz de Navalni antes da morte do opositor de Vladimir Putin em uma prisão no Ártico há cerca de um mês.
“Volkov acabou de ser atacado do lado de fora de sua casa. Alguém quebrou a janela de um carro e pulverizou gás lacrimogêneo em seus olhos, depois começou a bater em Leonid com um martelo”, escreveu ela em seu perfil no X.
A polícia lituana disse ter sido informada de que um homem foi agredido do lado de fora de sua casa e investigam a ocorrência.
Grande parte dos integrantes da Fundação Anticorrupção, organização fundada por Navalni que inclui Volkov, fugiu da Rússia em meio à perseguição do Kremlin a opositores e reside hoje na Lituânia, um país-membro da União Europeia e da Otan, aliança militar ocidental adversária de Moscou.
No final de fevereiro, dias antes do funeral de Navalni em Moscou, Volkov convocou apoiadores a protestarem contra Putin e em memória do opositor durante as eleições russas, que ocorrem de sexta (15) a domingo (17).
“Agora isso não é mais apenas uma ação política destinada a superar a solidão e o isolamento político. Agora isso é um comício de luto e um memorial cívico, uma ação em memória de Navalni, que nos pediu para realizá-lo”, disse ele em vídeo publicado nas redes sociais.
“As pessoas assim cumprirão o último desejo de Alexei Navalni, então isso é muito importante. Façam isso. E no tempo restante antes da eleição, convençam o maior número possível de pessoas a participar.”
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse a jornalistas na ocasião que os apoiadores de Navalni eram conhecidos por seus apelos “provocativos” para quebrar a lei, e que haveria consequências para quem comparecesse aos protestos.
O pleito russo vai reconduzir ao poder Putin, amplamente popular e protagonista de um sistema político-partidário desenhado para reduzir as chances, inabilitar e eventualmente prender opositores —caso de Navalni, que estava detido desde 2021, quando retornou ao país.
O funeral de Navalni ocorreu no dia 1º de março em Moscou sob forte presença policial e afirmações da Rússia de que qualquer reunião não autorizada em homenagem a ele seria considerada uma violação da lei.
Imagens do evento feitas por agências internacionais retratam multidões, e relatos de aliados falam em milhares de pessoas presentes nos arredores de uma igreja no distrito de Marino onde uma cerimônia religiosa foi celebrada em homenagem ao russo.
Quando seu corpo chegou ao espaço, a multidão aplaudiu e falou palavras de ordem. “Você não teve medo, e nós também não teremos medo”, diziam, segundo relato da rede britânica BBC no local.