A capital belga, Bruxelas, acolhe nesta terça-feira representantes internacionais das Nações Unidas e de várias ONG e organizações da sociedade civil do Iêmen em sessão que lançará um apelo de urgência em favor de 18,2 milhões de necessitados.
Nos primeiros cinco meses deste ano, o Plano de Resposta Humanitária para o país recebeu US$ 435 milhões dos US$ 2,7 bilhões necessários para a implementação no auxílio.
Serviços de proteção após nove anos de conflito
Mais de metade da população do Iêmen, ou 18,2 milhões de pessoas, precisa de ajuda e de serviços de proteção após nove anos de conflito. Deste total, pelo menos 14 milhões são mulheres e crianças.
Em 2023, a atuação de 229 agências apoiou 8,4 milhões de iemenitas com proteção essencial e assistência humanitária. Parceiros locais fizeram chegar auxílio aos necessitados, apesar das restrições de acesso e financiamento.
Um comunicado de 190 entidades de auxílio descreve o país como estando “em uma encruzilhada”, apesar das melhoras ligeiras observadas nas condições humanitárias após a trégua mediada pela ONU e a continuação do processo.
O grupo ressalta ganhos que permitiram “avançar para a construção de resiliência, promovendo soluções sustentáveis e abordando fatores na origem das várias necessidades”.
Declínio econômico e piora dos serviços públicos
A publicação destaca, no entanto, que as atuais necessidades humanitárias são ainda significativas e não podem ser atendidas sem financiamento adequado para a resposta.
A crise humanitária no Iêmen continua sendo agravada por uma realidade marcada por declínio econômico, piora dos serviços públicos e da infraestrutura e deslocamento associado a conflitos e desastres relacionados ao clima.
As ameaças incluem o aumento da insegurança alimentar, o risco de alta taxa de desnutrição e a propagação da cólera durante a atual estação chuvosa.
Outra questão apontada pelas agências é a continuação das violações do direito internacional humanitário e dos direitos humanos, associada à existência de resíduos explosivos de guerra.
O grupo de agências internacionais destaca que as mortes, os ferimentos e os deslocamentos limitam o acesso a terras agrícolas e ao reassentamento e “dificultam a reconstrução pós-conflito e os esforços de desenvolvimento”.
Cuidados de saúde culturalmente sensíveis
Em nota separada, o Fundo de População da ONU, Unfpa, disse ter alcançado mais de 350 mil iemenitas com cuidados de saúde essenciais na áreas reprodutiva, de proteção e informação. O auxílio chegou a100 unidades de saúde.
A agência aponta a atuação das parteiras como uma parte essencial desta resposta, em seu papel de prestadoras de cuidados culturalmente sensíveis e como líderes comunitárias e socorristas de emergência.
Das cerca de 17,8 milhões de pessoas carecendo de assistência médica em 2024, em torno de 5,5 milhões de mulheres iemenitas precisam de serviços de saúde reprodutiva.