O Escritório da ONU de Serviços para Projetos, Unops, pede mais apoio internacional aos esforços em favor das populações do norte de Moçambique.
O diretor-geral da agência, Jorge Moreira da Silva, acompanhou até esta quinta-feira a atuação do Unops junto a 60 mil pessoas no terreno. Ele ressaltou “resultados tangíveis” do apoio oferecido em 40 escolas de 13 distritos da província de Cabo Delgado.
Comida, segurança e abrigo
Depois de uma presença de quatro dias no país, Moreira da Silva lembrou que as comunidades da província sofrem o impacto da violência que em mais de sete anos matou milhares de pessoas e deslocou mais de 1 milhão.
O representante falou ainda da busca diária por comida, segurança e abrigo como algumas marcas do conflito que se juntam à vulnerabilidade aos desastres climáticos, apesar do país emitir baixos níveis de gases poluentes.
Moreira da Silva contou que a “perspectiva humanitária é terrível”. Ele contactou comunidades afetadas pelo conflito e acompanhou as necessidades locais. O debate para a busca de apoio envolveu parceiros nacionais em diferentes níveis.
Assistência humanitária e proteção
Em 2024, cerca de 1,7 milhão de pessoas precisarão de assistência humanitária e proteção em Moçambique, incluindo 1,3 milhão de afetadas por conflitos.
O chefe do Unops relata “uma realidade de múltiplas crises sem precedentes”, como um fator que justifica que o conflito no norte de Moçambique permaneça nas mentes.
A atuação da agência com o governo e o Banco Mundial oferece resposta e apoia a recuperação de infraestrutura básica, a busca de meios de subsistência sustentáveis, o aumento do acesso a serviços públicos e promove a coesão social.
Jorge Moreira da Silva destacou que atividades estão em curso para melhorar a situação das comunidades. Ele elogiou a resiliência e a determinação das populações locais para “forjar um caminho pacífico e próspero”.
O chefe do Unops ressaltou que o desenvolvimento sustentável e inclusivo em Moçambique requer paz e estabilidade.
O apelo feito à comunidade internacional é que possa “renovar seu compromisso de apoio aos esforços nacionais e locais para se descobrirem soluções práticas para as comunidades afetadas por conflitos e vulnerabilidade climática”.