Nesta quinta-feira, o presidente do Estado da Palestina, Mahmoud Abbas, falou aos líderes mundiais na Assembleia Geral da ONU enfatizando que o povo palestino não deixará sua terra natal. Ele afirmou que “se alguém tiver que sair, serão os usurpadores ocupantes”
Abbas começou destacando que os palestinos aguentam quase um ano do que ele descreveu como um dos crimes mais hediondos da atualidade. Para ele, Israel está cometendo “crime de guerra com o genocídio” que já deixou mais de 40 mil mortos e 100 mil feridos em Gaza.
Crise humanitária
O presidente do Estado da Palestina enfatizou que, em meio ao ataque, as doenças estão se espalhando, a água potável e os medicamentos vitais são escassos, e mais de 2 milhões de palestinos foram deslocados, muitos deles forçados a fugir várias vezes em busca de segurança. As mortes e os ferimentos continuam para além de Gaza, impactando a vida de palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém.
Abbas enfatizou que não estava falando “para responder às mentiras” do primeiro-ministro israelense, que afirmou perante o Congresso dos Estados Unidos, em julho, que as forças israelenses não mataram civis inocentes em Gaza.
Planos para Gaza
Em seu discurso, o presidente Abbas apresentou uma proposta de 12 pontos para o “dia seguinte”, quando a guerra em Gaza tiver terminado, exigindo um cessar-fogo abrangente e permanente no enclave, o fim da violência militar e dos colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental e a retirada total de Israel da Faixa, sem zonas de segurança ou anexações de qualquer tipo.
Ele enfatizou a necessidade de ajuda humanitária regular e suficiente para Gaza, o fim do deslocamento forçado em todo o território palestino ocupado e proteção e apoio à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina e a outras organizações humanitárias para garantir que possam continuar prestando serviços aos palestinos.
Proteção internacional
Ele também pediu proteção internacional para os palestinos nos territórios ocupados, afirmando que “não podemos lutar contra Israel, e não queremos lutar, queremos proteção”. O presidente acrescentou que “o Estado da Palestina deve assumir a responsabilidade em Gaza e exercer jurisdição sobre a região”, incluindo o controle dos postos de controle na fronteira.
Ele destacou que após a apresentação da proposta havia prontidão para “aceitá-la, alterá-la ou modificá-la” Concluindo seu discurso, Abbas disse que “embora reconheçamos o Estado de Israel, Israel não nos reconhece”.
Ele afirmou que deseja uma solução que proteja tanto o Estado da Palestina e o Estado de Israel para que possam coexistir em paz, estabilidade e segurança.