Um dos jogadores mais badalados da atualidade, avaliado em mais de 100 milhões de euros (R$ 577,5 milhões), titular do clube que mais vezes (14) conquistou a Champions League, o Real Madrid, Vinicius Junior tem sofrido com ataques racistas na Espanha.
O mais recente ocorreu na partida de sexta-feira (30), contra o Valladolid, pelo Campeonato Espanhol, quando o Real atuou como visitante e ganhou por 2 a 0.
Relatos dão conta de que vídeos nas redes sociais mostraram Vini Jr. sendo insultado, com ofensas relacionadas à cor de sua pele, ao passar próximo à torcida do Valladolid ao ser substituído no fim do segundo tempo.
Ciente do fato, o comando de LaLiga, que controla a divisão de elite do Espanhol, declarou que está tomando providências a respeito.
“LaLiga apresentou denúncias formais aos órgãos judiciais, administrativos e esportivos competentes sobre os insultos racistas contra o jogador Vinicius Junior durante o jogo entre Real Valladolid e Real Madrid na última rodada”, informou a entidade em comunicado.
“Uma denúncia criminal por crimes de ódio”, prosseguiu o texto, “foi apresentada ao tribunal de Valladolid, acompanhada das provas audiovisuais recolhidas na investigação, que foi realizada com som e imagens publicadas em fontes abertas.”
“Ao mesmo tempo, uma queixa foi apresentada ao Comitê de Competição da RFEF e à Comissão Estadual contra Violência, Racismo, Xenofobia e Intolerância no Esporte”, concluiu LaLiga.
É correto o procedimento de LaLiga, porém, com base em acontecimentos anteriores, é muito difícil crer que as autoridades espanholas tomem alguma providência.
Afinal, esta é a quarta vez que o atacante brasileiro encara essa situação odiosa e até aqui nada foi feito para punir ninguém.
Vini Jr. manifestara-se sobre ataques racistas de torcedores rivais em 2021, diante do Barcelona, e em 2022, contra Mallorca e Atlético de Madrid.
Apesar de queixas terem sido feitas, a Promotoria do país europeu decidiu não prosseguir com as investigações, arquivando as ocorrências.
No incidente antes do jogo diante do Atlético, quando torcedores foram filmados proferindo cânticos racistas contra Vini Jr. fora do estádio, promotores afirmaram que as palavras, “desagradáveis” e “desrespeitosas”, duraram “apenas alguns segundos”, não constituindo infração criminal.
É inaceitável esse posicionamento. A inação estimula a continuidade do ódio racial, não só nos estádios como na sociedade. Solução para combater o problema há, mas é necessário vontade para tal.
Não é possível, com as imagens dos vídeos, identificar os responsáveis pelas injúrias raciais e detê-los? Que em partidas seguintes haja policiais infiltrados nas torcidas adversárias, quando Vini Jr. estiver em cena, para que sejam feitos flagrantes.
Desiludido com a falta de ações efetivas contra o racismo do qual tem sido vítima, o ponta-esquerda escreveu em rede social que continuará “de cabeça erguida e comemorando as minhas vitórias e do Madrid”.
“No final a culpa é MINHA”, declarou, ironicamente, o brasileiro de 22 anos, que foi titular da seleção brasileira na Copa de 2022, no Qatar.
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