Ao menos 51 pessoas morreram na região da Valência, no leste da Espanha, após uma forte inundação provocada pela pior chuva do século na região. Há um número ainda não estimado de desaparecidos, milhares de desabrigados e pessoas presas em carros e edificações, segundo as autoridades.
Carlos Mazón, presidente da Comunidade Valenciana, a entidade governamental local, confirmou de madrugada ao jornal El País que as equipes de socorro estavam encontrando “corpos sem vida”. A contagem de mortos saltou de 13 para 51 em questão de horas.
Um fenômeno chamado gota fria, uma tempestade com ventos fortes, granizo e trovoadas, característica do outono, era aguardada pelos meteorologistas, mas não na intensidade registrada, a maior deste século, com mais de 300 mm em cerca de 12 horas. A chuva continua nesta quarta-feira (30), em menor intensidade, mas ainda provocando inundações em Albacete, Granada e por quase toda Andaluzia, região mais ao sul, de grande apelo turístico.
A tempestade, que ganhou o nome de Dana, começou no início da noite de terça-feira (29), deixando milhares presos em escritórios e centros comerciais, sem condições de voltar para casa. Várias estradas ficaram bloqueadas pelas inundações. Bombeiros e equipes de resgate não conseguiam chegar aos locais mais afetados.
Imagens de redes sociais mostram ruas e avenidas tomadas de água, carros boiando e ventanias com proporção de tornado. Nesta manhã, ruas de Valência acumulam lama, lixo e dezenas de veículos virados. Muitas estradas continuam bloqueadas, e as linhas de trem, incluindo o trem-bala entre Valência e Madri, voltam a circular aos poucos.
O Congresso paralisou sessão de controle do governo federal para concentrar esforços no atendimento da população afetada.