Elon Musk pode deixar o cargo de liderança da Tesla caso o seu pacote de pagamento de US$ 55 bilhões não seja aprovado pelos acionistas. O alerta foi dado pela presidente do Conselho da empresa, Robyn Denholm, na quarta-feira (5).
Em uma carta aos acionistas registrada na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), ela pediu que o pacote salarial equivalente a R$ 292 bilhões, pela cotação do dia, seja aceito. A reunião para decidir sobre o pagamento está marcada para a próxima quinta-feira (13).
Acionistas da Tesla vão decidir sobre o pagamento no dia 13 de junho.Fonte: Getty Images/Reprodução
Denholm sugere que o bilionário estaria propício a mudar de ares se a compensação não for paga, resultando em uma grande perda para a fabricante de carros elétricos. “Ele também não enfrenta escassez de ideias e outros lugares onde pode fazer uma diferença incrível no mundo. Queremos que essas ideias, essa energia e esse tempo estejam na Tesla”, escreveu.
A executiva afirma que “não se trata de uma questão de dinheiro” e sim de motivação, já que Musk é uma das pessoas mais ricas do mundo. No entanto, a aprovação pode significar o maior salário pago a um CEO até o momento.
Projetos paralelos preocupam acionistas
A presença de Musk em outros projetos, supostamente deixando a Tesla em segundo plano, mesmo ela sendo a sua maior fonte de renda, não tem agradado aos acionistas da montadora. Atualmente, ele também está envolvido na liderança da SpaceX, Neuralink, The Boring Company, X e xAI.
Em um post recente no antigo Twitter, o empresário disse que se sentia desconfortável em expandir projetos de inteligência artificial e robótica na montadora sem ter ao menos 25% de controle de voto, afirmando que preferiria levá-los para outros lugares se a situação não mudasse. Estima-se que ele possua 13% de controle, após a venda de ações.
Quanto à votação do pacote de compensação, especialistas recomendaram a não aprovação da proposta, porém as apurações iniciais indicam que Musk possa alcançar seus objetivos. Vale lembrar que o pagamento havia sido aprovado no início do ano, mas a justiça anulou o processo alegando falhas.