Embora a palavra “universo” signifique “tudo em um só”, é impossível tentar conhecer toda a matéria e energia contidas nesse espaço-tempo contínuo. À medida que os métodos de observação evoluem, vamos descobrindo realidades impensáveis, em escalas cada vez maiores.
O Universo em si já é gigantesco, mas ele é também o lar de objetos enormes, capazes de causar espanto na comunidade cientifica e despertando a curiosidade dos entusiastas da astronomia. Mostramos aqui alguns dos recordistas nessa disputa que não dá para conferir de perto. Confira!
Os 8 gigantes do Universo (até o momento)
O exoplaneta GQ Lupi b
O gigante GQ Lupi b é um exoplaneta jovem, com 10 milhões de anos.Fonte: ESO
Descoberto em abril de 2005 a cerca de 495 anos-luz do nosso Sistema Solar, o GQ Lupi, que orbita uma estrela jovem com o mesmo nome, não foi identificado imediatamente como um exoplaneta, principalmente devido à sua imensa órbita (duas vezes maior que a do nosso Plutão). Devido ao seu tamanho avantajado, equivalente a 3,5 vezes o de Júpiter, ele chegou a ser confundido com uma estrela anã marrom.
A estrela UY Scuti
A UY Scuti é conhecida desde o século XVII, mas só em 2010 foi reconhecida como maior estrela do Universo.Fonte: Philip Park/Wikimedia Commons
Com um raio cerca de 1,7 mil vezes maior do que o do Sol, a UY Scuti é considerada, desde 2010, como a maior estrela conhecida. Embora supere a nossa estrela em quase todos os quesitos, ela é mais fria, com uma temperatura de superfície estimada em 3.092°C (contra 5.232°C do Sol).
Embora relativamente jovem (8-10 milhões de anos), ela se encontra no estágio de supergigante vermelha, prenúncio de um fim explosivo “em breve”, quando se tornará uma supernova e depois um buraco negro.
A Nebulosa da Tarântula
A Nebulosa da Tarântula fica a 170 mil anos-luz da Terra. Fonte: Getty Images
Também conhecida como 30 Doradus ou NGC 2070, a Tarântula é hoje a maior nebulosa e a região de formação estelar mais ativa do Grupo Local, o conjunto de galáxias que inclui a nossa Via Láctea. Com 1,8 mil anos-luz em sua extensão mais longa, ela funciona como um laboratório para estudo da formação e nascimento de estrelas.
A galáxia IC 1101
A IC 1101 está localizada a aproximadamente 1 bilhão de anos-luz da Terra. Fonte: NASA/ESA/Hubble Space Telescope
Com um diâmetro estimado em 6 milhões de anos-luz, a IC 1101 é a maior galáxia conhecida em termos de largura. Quase 60 vezes maior que a nossa Via Láctea e cerca de 2 mil vezes mais massiva, essa mega-galáxia contém cerca de 100 trilhões de estrelas, o que a torna também uma recordista de população estelar.
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O buraco negro TON 618
O TON 618 pode ter se originado da fusão de buracos negros menores ao longo do tempo.Fonte: NASA/JPL-Caltech
A uma distância impressionante de 18,2 bilhões de anos-luz da Terra, o TON 618 possui uma massa entre 60 e 100 bilhões de vezes a do nosso Sol. Apesar da distância, ele aparece intensamente luminoso por se tratar de um quasar, um núcleo galáctico alimentado pelo material que cai em direção ao buraco.
Somente o diâmetro do seu horizonte de eventos tem mais do que 1 mil UAs (a unidade que mede a distância entre a Terra e o Sol).
O objeto único protocluster SPT2349-56
O protocluster SPT2349-56 fica a aproximadamente 4,3 bilhões de anos-luz da Terra.Fonte: ESO/M. Kornmesser/Wikimedia Commons
Aglomerado de galáxias em seus estágios iniciais de formação, um protocluster reúne galáxias jovens e massivas se ajuntando sob a força da gravidade, até se tornar um objeto único que, no caso do SPT2349-56, corresponde a 10 bilhões de vezes a massa do Sol, mesmo comprimido em um espaço apenas três vezes maior que a nossa Via Láctea.
A maior coisa do universo: grande muralha Hércules-Corona Borealis
A Grande Muralha Hércules-Corona Borealis fica a 4,3 bilhões de anos-luz da Terra.Fonte: ESO/A. Roquette/Wikimedia Commons
Se um grande objeto galáctico impressiona, imagine uma fila de galáxias se estendendo por mais de 10 bilhões de anos-luz, com um conjunto extremo de estrelas e sistemas estelares. Assim é Grande Muralha Hércules-Corona Borealis, a maior estrutura conhecida do universo observável, descoberta em novembro de 2013 principalmente através do mapeamento da distribuição de explosões de raios gama.
O supervazio em Eridanus
O supervazio de Eridanus foi detectado pelo satélite WMAP da NASA em 2004.Fonte: Piquito veloz/Wikimedia Commons
Se existem recordes para estruturas massivas, há também uma região gigantesca do espaço que está cheia de… vazio, conhecida pelos astrônomos como Supervazio de Eridanus, por ser uma espécie de “buraco”. Com 1,8 bilhões de anos-luz de diâmetro, a mancha tem pouquíssima matéria, sendo estranhamente desprovida de estrelas, gás, poeira e até matéria escura.
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