Os Estados Unidos restringiram nesta quinta-feira (11) as viagens de seus diplomatas em Israel por motivos de segurança, informou a embaixada americana em Jerusalém, em meio a temores de retaliação do Irã ao ataque aéreo de Tel Aviv contra a representação diplomática iraniana na Síria.
“Por extrema precaução, os funcionários do governo dos Estados Unidos e seus familiares têm viagens pessoais restritas” fora das áreas de Tel Aviv, Jerusalém e Beersheba até novo aviso, diz a embaixada dos EUA. Nas áreas mencionadas, o trânsito foi liberado.
A embaixada de Washington não deu explicações sobre o aviso, que é dado mais de seis meses após o início da guerra em Gaza entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas.
A representação enfatizou, porém, que “o ambiente de segurança continua sendo complexo e pode mudar rapidamente dependendo da situação política e dos eventos recentes”.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou na quarta-feira que o Irã “ameaça lançar um ataque de grande escala contra Israel”, em retaliação à operação de Israel que destruiu o consulado iraniano em Damasco, capital da Síria, em 1º de abril.
Na ofensiva, sete membros da Guarda Revolucionária de Teerã foram mortos, incluindo dois generais. O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, advertiu que Israel seria punido pelo ataque, e o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, afirmou que este “crime covarde não ficará sem resposta”.
O Departamento de Estado americano divulgou nesta quinta-feira que o secretário de Estado, Antony Blinken, conversou por telefone com o chanceler da China e ministros de outros países para que eles usassem sua influência para dissuadir o Irã de atacar Israel.
Blinken conversou com seus homólogos da China, Turquia, Arábia Saudita e da União Europeia para “deixar claro que a escalada militar não beneficia ninguém e que os países deveriam instar o Irã a não agravar a situação”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
Os EUA têm feito repetidos apelos públicos para que a China faça mais diante da crise no Oriente Médio. Pequim, por sua vez, critica Washington por agir com parcialidade em relação a Tel Aviv.
Blinken também falou com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, “para reiterar o forte apoio dos Estados Unidos a Israel diante dessas ameaças”, afirmou Miller.
A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse nesta quinta que Washington tem “alertado” Teerã sobre suas ameaças contra Israel.
Biden reiterou na quarta-feira (10) que o apoio dos Estados Unidos a Israel continuava forte, apesar de críticas recentes ao primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, pela forma como conduz a guerra em Gaza.