Autoridades do Equador prenderam nesta sexta (5) o ex-vice-presidente Jorge Glas, que estava refugiado na embaixada do México em Quito desde dezembro para evitar o cumprimento de um mandado de prisão por suspeita de corrupção, informou a Secretaria de Comunicação da Presidência.
“O Governo Nacional informa à população que Jorge Glas Espinel, condenado a uma pena de prisão pela Justiça equatoriana, foi detido nesta noite e colocado à disposição das autoridades competentes”, afirmou o comunicado da secretaria.
Imagens da mídia local mostraram a entrada de agentes na embaixada, localizada ao norte de Quito, que estava cercada do lado de fora por policiais e militares, para deter Glas, que foi que foi vice do ex-presidente Rafael Correa. No mesmo dia, ele havia recebido asilo político do governo mexicano.
A concessão de asilo político estremeceu ainda mais as relações entre os países. Na quinta-feira, o governo equatoriano já havia decidido expulsar a embaixadora mexicana Raquel Serur, declarando-a persona non grata, após comentários do presidente Andrés Manuel López Obrador sobre a violência política no Equador.
A Secretaria de Comunicação equatoriana afirmou que “toda embaixada tem um único propósito: servir como um espaço diplomático com o objetivo de fortalecer as relações entre os países”.
“Nenhum criminoso pode ser considerado um perseguido político. Jorge Glas foi condenado com sentença final e tinha um mandado de prisão emitido pelas autoridades competentes”, acrescentou.
Por sua vez, o presidente mexicano ordenou na sexta-feira a “suspensão” das relações com o Equador após o incidente diplomático.
É “uma violação flagrante do direito internacional e da soberania do México”, escreveu Obrador em sua conta X.
Glas, ex-vice-presidente do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), é acusado de desviar fundos públicos destinados à reconstrução de vilarejos costeiros após um devastador terremoto em 2016.
Na sexta-feira, o Equador classificou o asilo concedido pelo México como “ilícito” e insistiu que não concederá um salvo-conduto para permitir que o ex-funcionário deixe o país.