Integrantes do Sindicato dos Trabalhadores em Condomínios (Sieec) fazem um protesto, na manhã desta segunda-feira (19), no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife.
Eles pedem justiça pela morte de José Washington de Santana, de 53 anos, que foi alvejado, enquanto exercia a profissão, por um major da reserva dos oficiais médicos da Polícia Militar de Pernambuco, de 60 anos, que não teve o nome divulgado, na última sexta-feira (16).
O militar teria feito a esposa e a filha de reféns, após uma discussão, onde ele agrediu a mulher. Ao ouvirem a confusão, vizinhos pediram para que o porteiro ligasse para a polícia.
Os relatos também apontam que a mulher chegou a se esconder no apartamento de um vizinho, mas, ao voltar para o dela, foi feita refém junto com a filha pelo major, que teria descido até a guarita e perguntado ao porteiro se ele a teria visto e ele negou. Foi aí que aconteceu o assassinato.
As duas reféns foram soltas, após negociações intermediadas pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope). O major da reserva tirou a própria vida.
Segundo Rinaldo Júnior, diretor presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Condomínio, os representantes estão fazendo o movimento para mostrar apoio à família da vítima e exigir que, como rege a lei, as guaritas sejam blindadas.
“O sindicato se colocou à disposição da família, diferentemente do condomínio, que sequer ligou para os parentes da vítima para informar a morte. A gente busca, também, maior segurança. A lei prevê a blindagem das guaritas, climatização e assento sanitário, mas não prevê, internamente, o que aconteceu. Por isso, culminou com a morte”, disse ele, que explicou ainda que o sindicato recebe, com frequência, denúncias de assédio moral e agressão verbal aos profissionais.
“Eu quero dizer a sociedade pernambucana que o porteiro serve para zelar o seu patrimônio e bem-estar. Ele merece respeito. Esse trabalhador [que foi morto] nunca parou de trabalhar e foi essencial durante a pandemia”, complementou.
“Nós temos um caso configurado como acidente de trabalho, sendo passível de indenização. O sindicato da categoria já está ingressando com as medidas judiciais cabíveis para garantir a reparação aos familiares. Claro que nada vai suplantar a dor, mas a justiça precisa ser feita. Vamos buscar, junto ao sindicato patronal, a adoção de mais medidas que promovam mais segurança desses porteiros nos ambientes de trabalho”, disse a advogada do sindicato, Marcele Pereira.
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