China vê ‘sério perigo’ em favorito na eleição de Taiwan – 11/01/2024 – Mundo – EERBONUS
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China vê ‘sério perigo’ em favorito na eleição de Taiwan – 11/01/2024 – Mundo

A China descreveu Lai Ching-te, atual vice-presidente de Taiwan e favorito para vencer a eleição presidencial, como um “sério perigo”, informou a imprensa estatal nesta quinta-feira (11), três dias antes da votação na ilha, que Pequim considera uma província rebelde.

O gabinete para assuntos de Taiwan “expressou a esperança de que os compatriotas taiwaneses vejam o sério perigo representado pela instigação de conflitos por Lai através do estreito de Taiwan e tomem a decisão certa”, segundo comunicado divulgado pela agência oficial de notícias Xinhua. A declaração incluiu comentários do porta-voz do gabinete, Chen Binhua.

Em resposta, o ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, criticou as “interferências repetidas” da China nas eleições da ilha —o pleito ocorre no sábado (13).

“As próximas eleições de Taiwan estão sob olhares internacionais e a repetida interferência rouba o foco. Francamente, Pequim deveria parar de se intrometer nas eleições de outros países e celebrar as suas próprias”, publicou Wu na rede social X.

Pesquisas de intenções de voto indicam Lai, da legenda governista Partido Democrático Progressista (PDP), como o favorito. Entre as participantes da disputa, a sigla é a defensora mais firme de uma independência de fato para ilha em relação a Pequim.

“Se chegar ao poder, ele pressionará por atividades separatistas para a ‘independência de Taiwan’ [e criará] turbulência no estreito”, de acordo com a declaração chinesa. Lai acusou Pequim de tentar minar as eleições ao aumentar a pressão sobre a ilha nas últimas semanas.

A votação em Taiwan é acompanhada de perto pelas autoridades da China e dos Estados Unidos, dado que seu resultado pode afetar o futuro das relações da ilha com Pequim. A China considera Taiwan parte de seu território e prometeu retomá-la um dia, enquanto os Washington se posiciona como o principal aliado securitário do território, fornecendo armamentos e fazendo negócios.

A retórica chinesa por vezes inflamada, mas sempre sólida quanto a sua reivindicação a respeito de Taiwan, deixa claro a autoridades que as ameaças vindas de Pequim podem se transformar em ação de várias formas para além de uma invasão.

Autoridades de Taipé e especialistas em segurança digital têm claro que a China não vai limitar eventuais ataques às forças de segurança e à infraestrutura de defesa, mas tentará desconectar a ilha do resto do mundo.

“Dado que Taiwan é uma ilha, todas as comunicações com o mundo exterior dependem de cabos submarinos”, disse o vice-ministro de Assuntos Digitais de Taiwan, Huai-jen Lee, em uma entrevista recente à AFP. “O pior cenário é que cortem todos os nossos cabos submarinos”.

Taiwan já enfrenta ameaça persistente de hackers furtivos que acessam redes de computadores para “permanecer e esperar na infraestrutura da vítima”, explica Crystal Tu, especialista em segurança digital no Instituto de Pesquisa em Defesa Nacional e Segurança de Taiwan.

Eles podem ser muito ativos durante um conflito, por exemplo, com “uma operação cibernética para interromper infraestruturas críticas, incluindo setores de telecomunicações, energia e finanças”, diz a especialista à AFP.

As autoridades estimam que as agências governamentais enfrentam cinco milhões de ciberataques diários. A ilha viu o número de ataques do tipo crescer 80% no primeiro semestre de 2023, de acordo com a empresa de segurança digital Fortinet.

No ano passado, a americana Microsoft alertou para a ameaça de um grupo chamado Flax Typhoon, que opera da China contra Taiwan. A gigante de tecnologia afirmou que o Flax Typhoon “tenta espionar e manter o acesso” a várias organizações taiwanesas pelo maior tempo possível.

Há também ataques direcionados à indústria de semicondutores da ilha —Taiwan é líder mundial e domina a produção dos chips mais avançados do mundo, cruciais para a economia global.

No ano passado, a empresa Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), que controla mais da metade da produção mundial de chips, relatou uma violação de dados em um de seus fornecedores.

“Taiwan é um alvo importante porque está no topo de uma cadeia de suprimentos de alta tecnologia imprescindíveis”, afirmou Jim Liu, da empresa Fortinet.

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